Extrema-direita europeia preocupa o Planalto, que busca ponte com Centrão

Planalto está preocupado com o uso político dos resultados no velho continente. Frente ampla passa por criar pontes com o Centrão.

Avalie a matéria:
Palácio do Planalto | Antonio Cruz/Agência Brasil

O Palácio do Planalto está preocupado com o crescimento da extrema-direita nas eleições para o Parlamento da União Europeia e busca uma aproximação com o Centrão. O objetivo é diminuir o impacto político desse resultado no velho continente e formar uma frente ampla no Congresso. 

O clima na Esplanada esfriou após a divulgação dos resultados parciais das eleições para o Parlamento da União Europeia (UE), nesta segunda-feira (10), que confirmaram uma guinada à direita na Casa, o braço legislativo do principal bloco econômico do mundo. 

Os partidos de extrema-direita, liderados pela francesa Marine Le Pen e pela primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, ampliaram sua representação no Parlamento Europeu, passando de 16,7% para 18,1%. Esse avanço ocorreu em detrimento dos partidos ambientalistas. A maioria no parlamento continuará sendo composta por partidos de direita e centro-direita

Segundo fontes do Executivo, o governo brasileiro considera que a principal tarefa política do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é efetivamente construir uma frente ampla para isolar o Bolsonarismo. No entanto, essa meta tem se mostrado difícil de alcançar na prática. 

Além da eleição do Poder Legislativo mais conservador desde a redemocratização, a centralização das ações dos ministros em torno do presidente Lula e erros na própria articulação política do governo têm dificultado o processo, segundo especialistas. 

Palácio do Planalto - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

DIFICULDADES PARA A FRENTE AMPLA

No Planalto, acredita-se que a eleição de Lula foi uma exceção em um cenário global mais favorável à direita. Aliados do presidente defendem fortalecer a frente ampla de partidos para isolar a extrema-direita, embora reconheçam a dificuldade dessa tarefa. A extrema-direita demonstra resiliência, especialmente pela habilidade com redes sociais, onde a esquerda ainda é mais analógica. 

As eleições municipais complicam a formação de uma frente ampla, pois líderes do Congresso, como Pacheco e Lira, focam em eleger aliados em seus redutos conservadores, o que nem sempre alinha com o governo. Além disso, a autonomia do Congresso sobre as emendas parlamentares, com o orçamento impositivo, reduziu o poder de negociação do Palácio do Planalto.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Veja Também
Tópicos
SEÇÕES