As autoridades militares já identificaram os militares suspeitos de facilitar o desaparecimento de 21 metralhadoras do quartel militar em Barueri (SP).
Conforme apurado, as investigações militares estão reduzindo progressivamente o número de pessoas que podem estar ligadas ao desaparecimento das armas. Todos os militares que tinham responsabilidades de fiscalização ou controle serão responsabilizados e sujeitos a sanções disciplinares.
O Exército espera que esse processo ocorra em um futuro próximo.
O blog da jornalista Andréia Sadi obteve informações de que esses militares já receberam os formulários de apuração de transgressão, a fim de que possam apresentar suas defesas. Além disso, outras diligências estão em curso com o propósito de investigar, responsabilizar, sancionar e recuperar as armas desaparecidas.
A investigação está focada na possível participação de três militares na separação das armas no galpão de descarte, seu transporte em um veículo até um local previamente determinado e a entrega das mesmas. Há suspeitas de que esses militares possam ter sido cooptados pelo crime organizado.
O Exército brasileiro informou na última sexta-feira (13) o furto de 21 metralhadoras de grosso calibre de dentro da sua base militar em Barueri.
A corporação afirmou que, durante inspeção realizada em 10 de outubro, no seu Arsenal de Guerra, os militares notaram o sumiço de 13 metralhadoras calibre .50 - conhecidas por terem poder de fogo e alcance para derrubar até aeronaves - e de outras 8 metralhadoras de calibre 7.62.
Segundo investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, parte dessas armas foram oferecidas à maior facção criminosa do estado. O preço: R$ 180 mil cada uma.
Para efeitos comparativos, segundo o Instituto Sou da Paz, entidade sem fins lucrativos que faz estudos sobre armas e segurança pública, entre janeiro de 2015 a março de 2020, 27 armas do Exército foram roubadas, furtadas ou desviadas no Brasil.
"O último grande desvio do Exército havia sido o de 7 fuzis 762 desviado de um batalhão de Caçapava em 2009, também em São Paulo. Felizmente daquela vez, todas as armas foram recuperadas. O desvio de agora é muito mais grave, não só pela quantidade de armas levadas de uma vez, mas pela potência", disse ao g1 Bruno Langeani, gerente da área de sistema de Justiça e Segurança do Sou da Paz.