Depois de estrear na carreira de palestrante, o ex-presidente Lula terá, enfim, um instituto para chamar de seu. Ele anunciará no dia 15 a criação do Instituto Lula, sua nova plataforma de ação política. A entidade substituirá o Instituto Cidadania, que o petista fundou após a derrota de 1989 e reativou este ano.
Lula convidou cerca de 50 aliados para comunicar a mudança, num hotel em São Paulo. A lista inclui o presidente do PT, Rui Falcão, o presidente da CUT, Artur Henrique, e intelectuais como a cientista política Maria Victoria Benevides.
Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae, deve ser confirmado no comando do novo instituto. Ele já tem procurado empresários para financiar a entidade, que trocará a casa no Ipiranga (zona sul de SP) por um imóvel maior na capital paulista.
O assessor de Lula faz mistério sobre os nomes dos doadores e os rumores de que o ex-presidente teria ordenado a captação de R$ 10 milhões até o fim do ano. "Não fechamos o orçamento ainda", diz. "Mas teremos que viabilizar recursos para contratar gente e desenvolver um memorial."
Tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff e atual presidente do Instituto Cidadania, o deputado José de Filippi (PT-SP) também atuará na arrecadação. Lula tem prometido não recorrer a dinheiro público para financiar o projeto. Sua equipe conta ainda com os ex-ministros Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos).