Ex-diretor da PRF será primeiro ouvido na CPI dos Atos Golpistas, diz Gama

Vale ressaltar que, além dos eventos ocorridos em 8 de janeiro, a CPI também tem como objetivo investigar episódios anteriores.

Ex-diretor da PRF será primeiro ouvido na CPI dos Atos Golpistas | Reprodução
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A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI mista dos Atos Golpistas, anunciou nesta quarta-feira (14) que o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, será o primeiro convocado a comparecer perante o colegiado e prestar depoimento. O depoimento de Vasques está agendado para a próxima terça-feira (20).

Em uma entrevista à GloboNews, a senadora Eliziane Gama também confirmou que, na sessão seguinte, marcada para o dia 22 de junho, um dos envolvidos na tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto de Brasília no final do ano passado, George Washington de Oliveira Sousa, será ouvido pela CPI. Sousa foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão.

Além da presença de George Washington de Oliveira Sousa, um dos envolvidos na tentativa de explosão no Aeroporto de Brasília, a CPI também planeja ouvir o perito Valdir Pires Dantas Filho, da Polícia Civil do Distrito Federal, que participou das investigações desse caso. A audiência com o perito está agendada para a mesma data, dia 22 de junho.

Vale ressaltar que, além dos eventos ocorridos em 8 de janeiro, a CPI também tem como objetivo investigar episódios anteriores, conforme estabelecido em seu plano de trabalho. Todos foram convocados como testemunhas, ou seja, são obrigados a comparecer à comissão. Em caso de ausência, podem ser alvo de condução coercitiva. Apenas investigados têm o direito de não participar.

Na última sessão da CPI mista, foi aprovada a convocação de ex-aliados diretos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os convocados estão os ex-ministros Anderson Torres, Braga Netto e Augusto Heleno, além do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. As datas para os depoimentos desses convocados ainda não foram definidas. A CPI continuará a tomar depoimentos e realizar investigações para apurar os fatos relacionados aos atos golpistas e outras questões pertinentes.

Além das convocações de ex-aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, os parlamentares da CPI mista aprovaram um requerimento para obter o compartilhamento de dados obtidos pela Polícia Federal no celular do ex-presidente. Essa solicitação está relacionada à operação em andamento que investiga supostas fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro e de seus auxiliares. A obtenção desses dados busca auxiliar nas investigações conduzidas pela CPI.

Com maioria governista, a comissão rejeitou pedidos da oposição para convite ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e convocações a dois ex-gestores nomeados pelo governo Lula: o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias e o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha.

O colegiado da CPI mista rejeitou o pedido de acesso ao plano de voo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de semana de 8 de janeiro, quando ocorreram os atos golpistas em Brasília. Naquela data, Lula estava em Araraquara (SP) para avaliar os estragos causados pelas chuvas, que resultaram em mortes e prejuízos estimados em até R$ 50 milhões. A solicitação de acesso ao plano de voo foi negada pela CPI mista.



  • Veja alguns dos principais convocados para a CPI:

    Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça;
    Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
    Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente;
    Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
    Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;
    Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do DF;
    Jorge Naime, ex-comandante de Operações Polícia Militar do DF;
    Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
    Robson Cândido, delegado-geral da Polícia Civil do DF;
    George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza, suspeitos de tentarem explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília.
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