O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista ao telejornal "SBT Brasil" que, se for preciso, se muda para Curitiba para acompanhar os depoimentos de suas testemunhas de defesa em processo relativo à Operação Lava Jato, sob a análise do juiz Sergio Moro.
Em decisão divulgada na segunda (17), Moro exigiu que Lula acompanhe todos os 87 depoimentos. Na terça (25), em novo despacho, o juiz informou que poderia rever a exigência caso a defesa do ex-presidente também reavaliasse a convocação de tal número de testemunhas. Mas Lula não deu sinais, na entrevista, de que isso acontecerá.
"Eu acho que não tem barganha. Fez essa proposta de barganha para diminuir [o número de testemunhas], e que assim ele não exigirá minha presença, para mim não tem problema. Se for necessário, eu mudo para Curitiba, e fico lá o tempo necessário para esperar o julgamento. A gente não vai abrir mão de uma testemunha que nós consideramos importante para esclarecer a opinião pública", disse Lula.
Ainda na entrevista ao "SBT Brasil", Lula confirmou que na eleição de 2018 quer ser novamente candidato a presidente, cargo que ocupou entre 2003 e 2009. Segundo o petista, não há nada juridicamente que o impeça de entrar na disputa. No momento, ele é réu em cinco ações de três operações diferentes: Lava Jato, Zelotes e Janus.
"Eu vou ter condições jurídicas de ser candidato, porque não há nenhuma razão jurídica para evitar que eu seja candidato. Aí seria melhor eles terem coragem de dizer o seguinte: 'Olha, vamos dar o segundo golpe nesse país e não vai ter eleição em 2018", afirmou. "Na situação em que está, eu serei candidato. Eu agora quero ser candidato.".