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Estratégia política do PL prevê condenação e prisão de Jair Bolsonaro

O partido busca garantir que Bolsonaro mantenha influência sobre o eleitorado, mesmo que esteja inelegível ou preso.

Jair Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria Geral da República por tentativa de golpe de Estado. | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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A cúpula do PL já trabalha com a possibilidade de que o ex-presidente Jair Bolsonaro será condenado e preso após um longo julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal), transmitido ao vivo pela TV Justiça. O objetivo do partido, nesse cenário, é preservar a base eleitoral bolsonarista. "O Bolsonaro é o cara da direita raiz. Foi presidente e a pessoa que tem os votos. Mas falando sério, ele não disputa as eleições. Ele não vai aguentar", declarou um dirigente da legenda ao site PlatôBR.

Tática de Apoio a Bolsonaro

Mesmo diante do possível desfecho jurídico desfavorável, o partido segue mobilizando sua base. Em eventos na Câmara, jovens parlamentares do PL reforçaram apoio a Bolsonaro, garantindo que não o abandonarão. Um deputado da legenda avaliou em reservado: "Não há saída política para isso. Eu não vejo e estou sendo sincero".

Futuro da Direita

Lideranças do partido defendem uma renovação na direita e enxergam nomes como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Pablo Marçal como figuras promissoras. Um dirigente próximo a Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, descreveu-o como um "gênio" da articulação política e acredita que a legenda pode manter a força eleitoral com um candidato que carregue o legado bolsonarista.

Estratégia para 2026

O partido busca garantir que Bolsonaro mantenha influência sobre o eleitorado, mesmo que esteja inelegível ou preso. "Não podemos ser ingratos com eles. Eles foram responsáveis pelo fato de o PL ter hoje o maior fundo partidário, de todos os partidos", pontuou um deputado sobre a base bolsonarista. A legenda pretende investir em um candidato que reverencie Bolsonaro e consiga angariar seus votos.

Manifestação Contra a PGR e o STF

Desde que a PGR apresentou a denúncia, parlamentares aliados de Bolsonaro têm mobilizado discursos e eventos para reforçar a narrativa de perseguição política. Na quarta-feira (19), Nikolas Ferreira organizou um jogral no plenário da Câmara, ironizando as acusações contra o ex-presidente. "Tinha malas de dinheiro dentro da cueca?", questionou. Os colegas responderam em coro: "Não!". "Foi por corrupção?". "Não!". "Por tráfico? Homicídio?".

Mobilização Nacional e Relatório sobre 8 de Janeiro

Os bolsonaristas também organizam manifestações pelo país em defesa de Bolsonaro. Um dos atos está previsto para 16 de março. Além disso, pretendem divulgar um relatório produzido por uma associação de vítimas do 8 de janeiro, contendo denúncias de supostas torturas contra os presos. "Esta semana, recebemos um relatório contundente da Associação dos Familiares das Vítimas do 8 de Janeiro, que reúne documentos e provas de todos os tipos de violações de direitos praticados nesses últimos anos. No momento oportuno, daremos a completa publicidade a esse material", afirmou o líder da Oposição na Câmara, Coronel Zucco (PL-RS).


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