Em requerimento protocolado nesta terça-feira, 13 de junho, a deputada federal Erika Hilton, do PSOL-SP, propôs pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, a aprovação de uma moção de repúdio ao pastor André Valadão. De acordo com a parlamentar, o líder religioso tem proferido discursos que atentam contra a população LGBTQIA+; a deputada, inclusive, cita alguns trechos de mensagens transmitidas por Valadão, como: “(...) Eu preciso odiar o pecado, eu preciso odiar a impureza sexual, eu preciso ter ódio daquilo que Deus não criou de forma natural, eu preciso ter nojo, eu preciso romper na minha vida, não deixar que isso entre na minha casa, na mente dos meus filhos, no meu casamento, eu não posso tratar com naturalidade aquilo que deus repugna (...)”. Segundo Hilton, o pastor tem incitado o ódio.
Valadão, que durante as eleições ganhou notoriedade ao defender veementemente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem aparecido na cena política ao alinhar seu discurso ao proferido por representantes da extrema-direita.
“O Pastor tem postado imagens de cunho transfóbicas e LGBTfóbicas. No que diz respeito ao conteúdo da pregação, André Valadão busca associar as vivências das pessoas da comunidade LGBTQIA+ a um comportamento “desviante”, “contrário às leis divinas” e, portanto, algo a ser rechaçado e odiado”, alegou a deputada do PSOL.
Érika Hilton lembra da decisão do Supremo Tribunal Federal que equipara a LGBTfobia ao crime de racismo. A parlamentar pontuou que entende-se que André Valadão incorreu na conduta criminosa de praticar e de incitar o preconceito e a discriminação homotransfóbica.
A parlamentar reverbera que o enquadramento do discurso de André Valadão à prática do crime de homotransfobia é nítido.
“Sua intenção era utilizar uma data importante à comunidade LGBTQIA+ para se projetar a partir de um discurso criminoso, que ofende e vulnerabiliza ainda mais as minorias sexuais e de gênero no país, em expresso desprezo à população LGBTI+, nos termos do quanto previsto na Lei n.º 7.716/89. Não só isso, as pessoas LGBTQIA+ que são pertencentes às comunidades de fé cristã são afetadas psicologicamente por discursos odiosos como os proferidos. Tendo suas dignidades afetadas, além do exercício pleno de crença e da suas religiosidades negadas por lideranças capazes de influenciar grande número de pessoas”, concluiu.
A moção de repúdio será analisada pelos parlamentares.