Entenda quem são os ‘kids pretos’, militares de elite que planejavam matar Lula

Entre os presos, Mário Fernandes é apontado como parte de um núcleo de oficiais de alta patente que articulava o apoio militar ao golpe

Lula e militares | Reprodução/Estadão
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A Polícia Federal investiga o suposto envolvimento de militares do grupo de elite “kids pretos” em um plano de golpe de Estado que incluía o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A “Operação Contragolpe” envolveu o general da reserva Mário Fernandes, três membros das Forças Especiais e um policial federal, acusados de integrar o plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, planejado para dezembro de 2022.

tropa de elite do Exército

Os “kids pretos” são uma elite do Exército brasileiro, especializados em ações de sabotagem, insurgência popular e táticas de guerrilha. O grupo é conhecido pelo uso de gorros pretos e pela frase “Qualquer missão, em qualquer lugar, a qualquer hora, de qualquer maneira”. Entre os membros destacados em governos anteriores estão ex-ministros e assessores de Jair Bolsonaro, como Eduardo Pazuello e Mauro Cid, que também estão sob investigação por envolvimento em atos golpistas.

De acordo com as investigações, a tropa de elite seria responsável pela execução do plano, incluindo a prisão de Alexandre de Moraes caso o golpe fosse consumado. O general Estevam Theóphilo, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres, teria concordado com a ideia de diálogo com Bolsonaro, assumindo o papel de mobilizador das Forças Especiais para o cumprimento das ações planejadas.

Entre os presos, Mário Fernandes é apontado como parte de um núcleo de oficiais de alta patente que articulava o apoio militar ao golpe. A PF também investiga outros crimes associados, como adulteração de documentos e participação em esquemas de corrupção. O advogado do coronel Marcelo Câmara, também investigado, declarou não ter acesso integral aos autos do processo, dificultando a defesa.

As prisões foram autorizadas após fingirem que os investigados usavam conhecimentos militares para planejar o golpe. Segundo a PF, os “kids pretos” desempenhariam papel central na execução das ações, demonstrando alto nível de organização e articulações entre militares e civis na tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.

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