Empresário confirma que pagou propina de US$ 5,1 milhões para Cunha

Estas informações já foram repassadas à Procuradoria-Geral

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O empresário Leonardo Meirelles, sócio do doleiro Alberto Youssef, afirmará ao Conselho de Ética da Câmara nesta quinta-feira que depositou propinas no valor total US$ 5,1 milhões em contas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Suíça. Meirelles dirá que fez os pagamentos a pedido de Youssef e do lobista Júlio Camargo. Os valores fariam parte de uma propina de US$ 40 milhões que o lobista pagou ao intermediar a contratação de dois navios-sonda da Samsung Heavy Industries para a Petrobras. O depoimento de Meirelles começa às 9h30 no Conselho de Ética.

As informações de Meirelles, que também é apontado como doleiro, reforçam as acusações de que o presidente da Câmara recebeu suborno para facilitar os trâmites finais da contratação de dois navios-sondas pela Petrobras, um negócio de US$ 1,2 bilhão que resultou inútil para a estatal. Meirelles dará detalhes das operações financeiras. Ele dirá que fez os repasses para contas de Cunha a partir de contas das empresas DGX e RSY, usados para pagar propinas pela organização de Youssef.

Estas informações já foram repassadas à Procuradoria-Geral da República e ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, a partir de um acordo de delação premiada. Na delação, a qual o jornal “Folha de S. Paulo” também teve acesso, o empresário cita o nome de quatro senadores e 5 deputados federais. São parlamentares que receberam propina de Yousseff. Procurado pelo GLOBO, o advogado Haroldo Nater, confirmou o acordo de delação de Meirelles.

- Leonardo está colaborando com as investigações. O interesse dele é ajudar a resolver todas essas questões - disse Nater.

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