Empatado tecnicamente no segundo lugar com o adversário tucano a uma semana das eleições, o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, confia que terá um "crescimento consistente" durante o início de outubro que vai levá-lo ao segundo turno. Para a pretendida engrenada, o petista terá auxílio da presidente Dilma Rousseff, que aparecerá em um comício na segunda-feira na zona leste, além do apoio do ex-presidente Lula, seu maior cabo eleitoral e padrinho político.
A respeito do apoio de peso da presidente, o petista afirmou que demonstra a "capacidade de mudar" que tem sua candidatura, fazendo menção aos dois principais adversários. "Esse é o traço distintivo da minha campanha. Um candidato não tem programa, e outro recusa parceria federal, disse que só vai fazer com o governo do Estado. Não é razoável", criticou.
No início da campanha, Haddad evitava fazer críticas a Russomanno e focava mais no adversário tucano. Uma das razões para a estratégia era a grande taxa de rejeição de José Serra, em média três vezes maior do que a do comunicador. Além disso, o PRB integra a base de governo de Dilma, e ataques ao nome do partido aliado poderia complicar a articulação na esfera federal. Nos últimos dias, apesar da situação, o petista passou a fazer críticas abertas a Russomanno. Perguntado se isso não poderia causar um racha na base de apoio da presidente, Haddad afirmou que seus ataques são "políticos".
"Ao contrário do que o PSDB está fazendo, que está partindo para o ataque pessoal, nós estamos fazendo um ataque político ao candidato do PRB. Nós estamos discutindo ideias", disse Haddad,
Repetindo sua crítica de que a tarifa proporcional de ônibus, ideia defendida por Russomanno que fará pagar menos quem andar menores distâncias de coletivo, é um equívoco. "É um erro grave esse projeto, é ruim. E penso que ele deveria recuar desse projeto, faria bem inclusive para a própria campanha dele. Ele não vai funcionar na cidade de São Paulo, onde a população de baixa renda mora mais longe de onde está o emprego."
Carreata em Guaianases
Haddad participou neste domingo de uma carreata pela região de Guaianases, no extremo leste da capital e, após o evento, prometeu melhorias na região. "Vamos trazer universidade federal aqui para a região leste, um centro olímpico, um centro cultural de porte para atender quatro milhões de habitantes e um centro tecnológico. "Com esses quatro equipamentos, pretendemos, com a redução dos impostos, trazer emprego para mais perto de onde moram as pessoas", disse.
Além disso, Haddad afirmou que o trem e o metrô estão sobrecarregados por falta de investimentos em corredores de ônibus, e prometeu implantar o sistema nas avenidas Ragueb Chohfi, Aricanduva, Celso Garcia e na Radial Leste.