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'Emendas PIX': Flávio Dino cita indícios de crimes e suspende repasses a 9 cidades

CGU apontou falhas de rastreabilidade e transparência em cidades de Roraima, Rio de Janeiro, Acre, Amapá, Bahia e São Paulo.

'Emendas PIX': Flávio Dino cita indícios de crimes e suspende repasses a 9 cidades | Foto: Victor Piemonte/STF
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O ministro Flávio Dino, do STF, determinou nesta segunda-feira (15) que o governo suspenda o repasse de emendas parlamentares a nove municípios que, segundo a CGU, não cumpriram requisitos de rastreabilidade e transparência.

AUMENTO DA TRANSPARÊNCIA

Nos últimos anos, o STF estabeleceu medidas para aumentar a transparência no uso de recursos federais destinados a estados e municípios por deputados e senadores. Diante das determinações do Supremo, a CGU realizou uma auditoria nos 10 municípios que mais receberam emendas individuais de 2020 a 2024.

No total, essas 10 cidades receberam R$ 724,8 milhões via "transferências especiais", conhecidas como "emendas PIX" pela agilidade no repasse. Desses, somente São Paulo (SP) cumpriu os requisitos de rastreabilidade e transparência determinados pelo STF.

Nove municípios não cumpriram as determinações e terão os recursos suspensos por ordem de Flávio Dino.

  1. Carapicuíba (SP): falhas na formalização de processo licitatório;
  2. São Luiz do Anauá (RR): obras paralisadas, com prazo de vigência terminado;
  3. São João de Meriti (RJ): indicativos de superfaturamento;
  4. Iracema (RR): objetos executados fora das especificações técnicas;
  5. Rio de Janeiro (RJ): indícios de superfaturamento;
  6. Sena Madureira (AC): ausência de documentos que comprovem a entrega do produto;
  7. Camaçari (BA): desvio do objeto da execução do contrato;
  8. Coração de Maria (BA): contratação de empresa sem comprovação de capacidade técnica;
  9. Macapá (AP): indícios de superfaturamento.

Envio dos casos à PF

Na mesma decisão, Flávio Dino determinou o envio, pela CGU à Polícia Federal (PF), do relatório sobre possíveis irregularidades no uso de recursos públicos indicados por deputados e senadores. O ministro ordenou que a PF investigue os casos para apurar supostos desvios, superfaturamentos e favorecimentos de empresas.

Em 9 dos 10 municípios auditados, constatou-se a ineficiência e inefetividade na aquisição de bens e na execução dos serviços, incluindo indicativo de superfaturamento, de desvio de recursos, de favorecimento de empresas e ausência de comprovação da aquisição de bens, gerando não conformidades que impactaram significativamente na entrega dos objetos originalmente acordados, diz o relatório da CGU. 

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