O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu nesta terça-feira (26), no Palácio do Planalto, sua equipe de ministros para projetar a entrega de ações prioritárias do governo. Na abertura da reunião, transmitida pela imprensa, o presidente reforçou críticas à guerra em Gaza, mesmo após comentários do ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Não estamos dispostos a sermos tratados como subalternos", frisou.
Somos um país soberano, temos uma constituição, uma legislação, quem quiser entrar, no nosso espaço, tem que prestar contas à nossa Constituição e à nossa legislação, afirmou.
Esse homem aqui [Alckmin], aquele homem ali que é o Haddad, aquele ali que é o Mauro Vieira, estão 24 horas por dia à disposição de negociar com quem quer que seja o assunto que for, sobretudo na questão comercial. Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições. O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fôssemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém, prosseguiu.
Trump e 'big techs'
Lula mais uma vez criticou o presidente dos EUA, Donald Trump, por causa da guerra tarifária em curso.
"[Trump] tem agido como se fosse o imperador do planeta terra. É uma coisa descabida, mas ele continua fazendo ameaças ao mundo inteiro", afirmou Lula.
O presidente Lula citou que Trump ameaça adotar medidas contra as grandes empresas de tecnologia (big techs). Lula, que pretende enviar ao Congresso um projeto de regulação das big techs, afirmou que o Brasil é soberano e que empresas estrangeiras devem respeitar a legislação local.
O presidente também lamentou a suspensão do visto do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, pelos EUA, classificando o ato como um "gesto irresponsável".
Traidores da pátria
Lula voltou a criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar está desde março nos EUA, onde articula com autoridades locais medidas para interferir no julgamento do pai, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.
Lula classificou Eduardo como traidor da pátria e afirmou que ele já deveria ter sido cassado pela Câmara dos Deputados.
"O que está acontecendo hoje no Brasil com a família do ex-presidente e com o comportamento do filho dele nos EUA é, possivelmente, uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus", disse.
"Não conheço na história desse país algum momento em que um traidor da pátria teve a desfaçatez de mudar para o país, que ele está adotando como pátria, negando a sua pátria e tentando insuflar o ódio de alguns governantes americanos contra o povo brasileiro", acrescentou.