A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na noite desta quarta-feira, 27, em sua defesa ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que não tinha o receio de ser preso quando passou duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília, e que é "ilógico" pensar em tentativa de fuga.
O documento, que será encaminhado pela defesa de Bolsonaro ao STF, afirma ainda que não existia temor de que o ex-mandatário fosse detido e por isso precisasse fugir. "A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada", afirma o documento.
"Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário [Bolsonaro] à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada", argumentam os advogados no documento.
Imagens divulgadas pelo jornal americano The New York Times mostram o ex-presidente chegando à missão diplomática da Hungria no dia 12 de fevereiro deste ano, quatro dias depois de a Polícia Federal apreender seu passaporte em operação que apura uma suposta trama para dar um golpe de Estado.
Depois de o episódio vir à tona, a Polícia Federal passou a investigá-lo e Moraes pediu esclarecimentos. Os advogados de Bolsonaro alegaram ao ministro que a PF já havia cumprido uma série de diligências no dia 8 de fevereiro deste ano. Portanto, se houvesse a intenção de prender o ex-presidente, já teriam o feito na data.
No local, Bolsonaro não poderia ser alvo de uma ordem de prisão, por se tratar de prédio protegido pelas convenções diplomáticas. A defesa do ex-presidente afirmou que ele se hospedou na embaixada só para manter contato com autoridades do país amigo.