A presidente Dilma Rousseff afirmou em pronunciamento neste sábado (8), Dia Internacional da Mulher, que as mulheres são "a nova força que move o Brasil". No discurso, Dilma destacou o papel das brasileiras na economia do país e citou dados da ascensão social nos últimos anos, além de ressaltar a participação feminina em políticas do governo.
O pronunciamento durou cerca de oito minutos e foi apresentado em rede nacional. A presidente afirmou que nos últimos onze anos, das 36 milhões de pessoas que saíram da extrema pobreza e das 42 milhões que ascenderam à classe média, mais da metade é de mulheres.
"O Brasil criou, nos últimos três anos, 4,5 milhões de empregos. Mais da metade desses empregos, com carteira assinada, foram conquistados pelas mulheres. Por este e outros motivos, podemos dizer que a mulher é a nova força que move o Brasil. Mas temos que admitir que o Brasil precisa ainda dar mais força às suas mulheres", disse a presidente.
Dilma afirmou durante o pronunciamento que "tudo" o que as mulheres conquitaram no país é fruto de "esforço" e "coragem" de cada uma, além do "apoio de suas famílias".
Mulheres empreendedoras
Dilma afirmou que entre as 20 maiores economias do mundo, o Brasil é o país que, proporcionalmente, possui o maior número de mulheres empreendedoras."Mulheres que abrem seus próprios negócios e enfrentam, com coragem e competência, as dificuldades para crescer e prosperar", disse.
Segundo a presidente, a participação das mulheres na área do empreendedorismo se dá porque o Brasil criou novas linhas de crédito, o que tornou o país "destaque no mundo".
"Vejam o caso do programa Crescer, que é destinado a financiar pequenos empreendedores e oferece dinheiro barato e sem burocracia para a pessoa montar ou ampliar seu próprio negócio. Um dinheiro que pode ser usado como capital de giro ou na compra de máquinas e equipamentos", afirmou.
Segundo a presidente, 60% das operações feitas pelo programa foram feitas por mulheres. "Esta é uma prova contundente de como a mulher brasileira é guerreira e empreendedora, como sabe buscar o que quer", disse.
Na mensagem às mulheres, a presidente afirmou que as brasileiras têm a "sensibilidade" de perceber que abrir negócios próprios, elas podem administrar "melhor" a vida delas e da família.
"Cada casa brasileira, e cada empresa deste país, mostram o que cada mulher é capaz de fazer por sua família e pelo progresso do Brasil. Somos um país líder no empreendedorismo feminino porque a mulher brasileira tem a sensibilidade de perceber que, abrindo um negócio próprio, ela pode administrar melhor sua vida e a de sua família", disse a presidente.
Programas do governo
De acordo com a presidente, 60% dos alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) são mulheres e mais da metade das bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e dos financiamentos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é formada por brasileiras.
"Essa nova realidade explica porque as mulheres já são proprietárias de 44% das franquias do país. Explica também o grande crescimento da participação das mulheres na força de trabalho. Enquanto no início da década de 80 apenas 26% das mulheres trabalhava, hoje, 50% delas estão ocupadas. Os números são muito bons, mas precisam melhorar muito mais", afirmou Dilma no pronunciamento.
Ao apresentar dados sobre a participação das mulheres nos programas do governo federal, Dilma destacou ainda que 93% dos cartões do Bolsa Família têm uma mulher como titular e 52% das casas entregues pelo programa Minha Casa, Minha Vida estão no nome de mulheres.
"No acesso à terra também é assim, 72% das propriedades da reforma agrária são de mulheres. Ao mesmo tempo, o governo tem oferecido mais crédito e assistência técnica para as trabalhadoras rurais. São mais mulheres produzindo alimentos, tomando decisões e conquistando autonomia. Fortalecemos, assim, o papel da mulher na família, na sociedade urbana e no mundo rural", disse a presidente.
Igualdade
Dilma defendeu igualdade em oportunidades de trabalho e salário para mulheres e homens. Segundo a presidente, é preciso combater "sem tréguas" a violência sofrida pelas mulheres.
"Como a primeira mulher a ocupar a presidência do país, vejo com imensa alegria vários programas criados nos últimos anos. Vejo também que muitas barreiras ainda precisam ser rompidas para diminuir a desigualdade entre os gêneros e garantir mais direito, mais autonomia às brasileiras de todas as classes sociais", afirmou.
Ainda segundo a presidente, é preciso "diminuir ainda mais" a burocracia e os impostos para que as empresas sejam "ainda mais numerosas". "É preciso que muito mais mulheres ocupem o topo das decisões das empresas e das entidades representativas de toda natureza", disse.
"Este é o século das oportunidades. Este é o século do Brasil. E este é, sem dúvida, o século das mulheres! A mulher é a nova força que move o Brasil. Com esta força e esta energia vamos construir um futuro cada vez melhor para as nossas famílias", concluiu.