Uma nota da rádio JM 95.5 FM, de Uberaba (MG), diz que foi o PL, o partido do presidente Jair Bolsonaro, que deixou de mandar mapas de mídia e materiais de divulgação de campanha entre os dias 7 e 10 de outubro. Depois das queixas, a sigla teria enviado os áudios para as inserções eleitorais em rádio.
No texto, a emissora alega que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não prestou "orientação" à emissora "sobre como deveria proceder, se repondo as inserções que faltaram e de que forma". Segundo a nota da rádio JM, no primeiro turno, os próprios partidos e coligações enviavam à rádio tanto os mapas de mídia quanto os materiais de divulgação do horário eleitoral gratuito. No entanto, diz a emissora, o PL deixou de mandar os documentos no segundo turno.
"No início do segundo turno das eleições presidenciais, os mapas e materiais de uma das campanhas deixaram de ser enviados", explicou a rádio. "A emissora acionou o Partido Liberal, expondo a questão e pedindo que os mapas e materiais voltassem a ser encaminhados por email, a exemplo do que ocorreu no 1º Turno".
"Essa providência foi, então, adotada pelo Partido Liberal", continuou a emissora. Procurado pelo UOL, o PL rebateu a declaração da rádio JM e, também por meio de nota, disse "todas as entregas foram realizadas nos prazos e condições especificadas na resolução do TSE".
"Os documentos comprobatórios foram encaminhados para o setor jurídico da campanha", afirma o PL. O partido se equivoca ao dizer na mesma nota que o TSE é responsável por mandar as inserções às rádios — essa responsabilidade, porém, é das campanhas e o pool de emissoras, não do tribunal.
TSE não prestou orientação, diz rádio
A emissora diz que percebeu o problema em 10 de outubro e telefonou para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "A emissora questionou a Justiça Eleitoral, por telefone, solicitando orientação sobre as medidas a serem adotadas". Como não obteve respostas, a emissora enviou o mesmo pedido de orientação por escrito ao tribunal nesta semana.
Segundo o ex-servidor do TSE Alexandre Machado, o e-mail da rádio indicava a falta de 100 inserções de Bolsonaro entre 7 e 10 de outubro. A rádio afirmou que o tribunal não prestou orientação até hoje. "No entanto, até a presente data a emissora não obteve a resposta que busca desde o dia 10 de outubro, infelizmente."
A dona da rádio JM, Lídia Prata, usou adesivo de Jair Bolsonaro num encontro com a primeira-dama Michelle Bolsonaro há poucos dias. Questionada, Lídia informou que, se quisesse fazer algo errado, não teria consultado o TSE". "Meu sentimento e de decepção com quem jogou a gente nessa roubada".