As eleições presidenciais brasileiras estão merecendo atenção redobrada da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Portugal. A votação, que se estenderá por três localidades — Lisboa, Porto e Faro —, foi classificada como “grande evento”. Portanto, terá um superesquema.
Em Lisboa, onde 45.273 brasileiros estão registrados para votar, a segurança no entorno da Universidade de Lisboa, que cedeu 33 salas, em três andares, para a realização do pleito deste ano, começará neste sábado (01). A radicalização vista no Brasil é vista como sinal de perigo.
Ruas próximas à universidade terão mais policiais que o normal e, em determinados casos, poderão ter o trânsito restringido. Também a estação de metrô que desemboca na entrada da Faculdade de Direito será alvo de atenção. Teme-se que a confusão comece ali, puxada por aqueles de disseminam notícias falsas sobre fraudes em urnas eletrônicas.
ÂNIMOS ACIRRADOS
Em 2018, quando pouco mais de 21 mil brasileiros estavam aptos a votar em Lisboa, o tumulto já foi grande. Houve embates entre defensores de Jair Bolsonaro (PSL) e de Fernando Haddad (PT). Foi preciso intervenção policial para acalmar os ânimos.
Segundo o cônsul-geral do Brasil em Lisboa, embaixador Wladimir Valler Filho, as negociações com a PSP vêm sendo feitas há meses, de forma a garantir que os brasileiros votem em plena segurança. No Porto, com 30.098 votantes, a preocupação com a segurança é grande, ainda que cônsul-geral, embaixadora Maria Stela Pompeu Brasil Frota, não acredite em atos de violência.
No caso de Faro, com 5.525 eleitores, também a polícia destacou um grupo relevante para proteger o prédio do consulado do Brasil na cidade, que abrigará 16 seções de votação.
Os eleitores estão espalhados pelo Alentejo, pelo Algarves e por parte do estado de Setúbal. Alguns terão de viajar até quatro horas para cravarem os votos nas urnas. Sendo assim, o risco de aglomerações é pequeno.