JULIA CHAIB
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), diz que pretende reunir o partido até quarta-feira (5) para decidir o rumo da sigla no 2º turno.
A tendência, dizem dirigentes emedebistas, é liberar os filiados a optarem por Jair Bolsonaro (PL) ou pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lula teve 48,43% dos votos válidos, ante 43,20% de Bolsonaro. A candidata emedebista, Simone Tebet, recebeu 4,16% dos votos válidos. Ciro Gomes (PDT) teve 3,04%.
Ainda em julho, uma ala do MDB se reuniu com Lula em São Paulo para oficializar o apoio de emedebistas à candidatura do petista à Presidência já no primeiro turno, numa tentativa de enfraquecer Tebet.
Capitaneada por nomes como Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM), pelo menos nove estados tentaram levar o partido a se aliar ao petista.
Em agosto, porém, Tebet foi aprovada na convenção da sigla pela maioria dos votos.
O MDB atravessou a eleição dividido. Além dos lulistas, um grupo no partido endossou Bolsonaro e houve ainda uma terceira ala que buscou se manter neutra na disputa.
A tendência de liberação do partido não deve se refletir na posição de Tebet.
A senadora afirmou neste domingo (2) que não vai se omitir e cobrou pressa das direções das legendas da sua aliança -MDB, PSDB , Cidadania e Podemos- sobre quem apoiar no segundo turno.
A senadora pelo Mato Grosso do Sul adiantou que já tomou uma posição sobre quem endossar, em falas interpretadas como sinalização de apoio a Lula. Aliados próximos de Tebet garantem que ela não apoiará Bolsonaro.
"Não esperem de mim omissão. Tomem logo a decisão, porque a minha já está tomada. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. Eu só espero que você entendam que esse não é qualquer momento do Brasil", afirmou a senadora em pronunciamento na sede do comitê de campanha, em São Paulo.