TAYGUARA RIBEIRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente José Sarney (MDB) declarou nesta segunda-feira (24) seu voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da disputa à Presidência, como forma de defender a democracia.
"É voto pela democracia, pela volta ao regime de alternância de Poder, pela busca do Estado de Bem-Estar Social. A diferença é clara", diz Sarney em uma carta divulgada em seu site.
O também ex-senador criticou o atual governo pelo que chamou de ataque sistemático do Executivo contra o Judiciário.
“No próximo domingo, o eleitor decidirá se vota pelo fim da democracia ou por sua restauração. Esse voto não é para quatro anos de governo: é um voto para o destino do Brasil. O voto em Bolsonaro é voto contra as instituições, que terá como consequência anos de autocracia, um regime de força, construído na mentira sistemática e no abuso do poder. O voto em Lula — que já tem seu lugar na história do Brasil como quem levou o povo ao poder e como responsável por dois excelentes governos — é voto pela democracia, pela volta ao regime de alternância de poder, pela busca do Estado de Bem-Estar Social. A diferença é clara”, escreveu Sarney.
José Sarney ainda citou líderes internacionais como Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos; Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria; e Vladimir Putin, presidente da Rússia, como representantes de artifícios de um movimento similar ao bolsonarismo. “Uma de suas marcas é a proliferação das fake news. Outras a xenofobia, o racismo, a divisão da sociedade. Assim se hostiliza, agora, os nordestinos, os pobres, como se fossem brasileiros inferiores. Isso atenta contra todos os princípios democráticos e até éticos”, afirmou.
O orçamento secreto também foi apontado como um dos motivos que levaram Sarney a declarar voto em Lula. O ex-presidente começa o texto relembrando quando ele e Tancredo Neves chegaram à presidência em um momento de transição democrática após 21 anos de Ditadura Militar.
Para Sarney, o momento atual é de semelhante importância para posicionamento a favor da democracia. Ele cita que “raras vezes se viu o ataque sistemático do Executivo contra o Judiciário” e destaca o papel do STF na redemocratização do Brasil.
Além de Sarney, Lula conta com Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) na lista de ex-ocupantes do Palácio do Planalto que endossaram sua campanha. Entre os que já disputaram a corrida eleitoral e declararam apoio ao petista estão José Serra (PSDB), Guilherme Boulos (Psol), Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede), Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSB), que é candidato à vice-presidência.