Estreante na política, o advogado Ibaneis Rocha (MDB) foi eleito neste domingo (28) governador do Distrito Federal (DF). Ele derrotou o candidato à reeleição Rodrigo Rollemberg (PSB). É a segunda vez consecutiva que o candidato à reeleição no DF não leva o pleito. Em 2014, Agnelo Queiroz (PT), então governador, não foi nem para o segundo turno.
Com isso, Ibaneis garante mais um governo para o MDB, que, no primeiro turno, só havia levado Alagoas (com Renan Filho).
Ibaneis foi presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no DF e é o mais rico na disputa local, com patrimônio declarado de R$ 94 milhões - ele prometeu abrir mão do salário de governador, caso seja eleito. Ele bancou a própria campanha com R$ 3,5 milhões, e admitiu que a possibilidade de autofinanciamento torna a disputa desigual.
O governador eleito se envolveu em algumas polêmicas ao longo da campanha. A primeira delas foi quando prometeu reconstruir, com o próprio dinheiro, casas demolidas pelo poder público em áreas irregulares. Ele foi acusado pelos adversários de tentar comprar o voto dos eleitores com a promessa.
"Não é compra de voto, é uma promessa de campanha que pode ser realizada. Eu não perguntei nem se o eleitor vai votar em mim, ele não se comprometeu comigo", disse.
O Ministério Público Federal moveu uma ação civil pública na qual acusou Ibaneis e quatro sócios do advogado por suposto superfaturamento e dano ao erário. O MPF questionou o pagamento de R$ 3,3 milhões pela prefeitura de Jacobina (BA) em honorários advocatícios para Ibaneis, usando recursos do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental) --o que é considerado irregular pela Justiça.
"A prefeitura de Jacobina tinha R$ 42 milhões presos e não podia usar para nada. Contratou meu escritório para que a gente liberasse esse recurso. Eu cobrei em torno de 8% do valor que era devido, eu podia ter cobrado até 20%. Atuei no processo, trabalhei e recebi. O prefeito pagou com esse dinheiro [exclusivo para a Educação] porque quis, não foi um erro meu", afirmou o emedebista.
Ibaneis também foi apontado pelos adversários como não sendo uma novidade na política, pois filiou-se a um partido tradicional, presidido no DF pelo ex-vice-governador Tadeu Filippelli, preso e investigado por corrupção. "O Filippelli tem a denúncia, não tem condenação. Ele vai responder pelos seus processos. Está respondendo por um crime de corrupção, e não será nomeado no meu governo", declarou.