CRISTINA CAMARGO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O carro da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL), a candidata a deputada distrital Ana Cristina Valle (PP-DF), foi depredado e a casa dela foi pichada na noite desta quinta-feira (29), em Brasília.
Ela e o filho, Jair Renan Bolsonaro, publicaram vídeos curtos nas redes sociais sobre o ocorrido.
"Pixaram a porta da minha casa em represália não só a minha mãe que é candidata a deputada distrital, que automaticamente se percebe o ódio entregue gratuito a família Bolsonaro", afirmou o quarto filho do presidente.
"Morte ao Bolsonaro", escreveram, com tinta vermelha, no muro da casa.
O carro depredado, com vidros quebrados, foi mostrado pela prória Ana Cristina. "Olha o que fizeram comigo. Querem me pegar", ela disse, chorando.
A mansão da candidata é alvo de um pedido de abertura de inquérito da Polícia Federal à Justiça Federal. O pedido é baseado em dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que apontam incompatibilidade dos valores da transação imobiliária com a função de assessora parlamentar exercida por Ana Cristina à época da compra do imóvel.
Ela informou à Justiça Eleitoral ser proprietária da mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília. Segundo a declaração, o valor do imóvel é de R$ 829 mil.
A declaração contrasta com afirmação anterior da própria candidata, que negou no ano passado ao UOL ser dona do imóvel onde mora com o filho 04 de Bolsonaro.
Ana Cristina disputa a eleição usando o sobrenome e fotos do ex-marido, o que provocou críticas indiretas da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Michelle disse que existem "alpinistas que estão tentando subir na vida" e declarou que o irmão, Eduardo Torres (PL), é o "nosso" único candidato a deputado distrital pelo DF.
Em publicação nos stories, no Instagram, Jair Renan, o 04, defendeu a mãe e disse que apoia sua candidatura. O filho do presidente afirmou ainda que a "fala de terceiros" sobre o termo "alpinista não reflete a realidade".
"Minha mãe Cristina Bolsonaro teve uma história de vida com o atual presidente Jair Messias Bolsonaro, onde foram casados por 16 anos, e sou fruto desta relação; onde houve parceria e muito amor", escreveu.
Para ele, a mãe contribuiu para a eleição de Bolsonaro à Presidência da República e tem o direito de usar o sobrenome.