A manifestação de apoio do general Hamilton Mourão (PRTB) ao tucano João Doria, candidato ao governo de São Paulo, irritou dirigentes do PSL.
"Mais uma vez o Mourão só atrapalha. Não traz nenhum voto ao Bolsonaro, mas cada vez que abre a boca tira um punhado", afirmou à Folha o senador eleito Major Olímpio, presidente do PSL em São Paulo.
Mourão é vice da chapa do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que decidiu se manter neutro na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
Ele teve um encontro com Doria em São Paulo na noite desta quarta-feira (17) para manifestar seu apoio. A reunião foi registrada e divulgada nas redes sociais pelo presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris. O encontro aconteceu à revelia da campanha de Bolsonaro.
Mourão aparece na foto fazendo sinal de "acelera" com a mão, marca da candidatura do tucano, entre Doria e Levy Fidelix, presidente do PRTB, ao qual é filiado.
Na legenda, o deputado estadual usou as hashtags #bolsodoria e #acelera. Ele marcou o candidato Jair Bolsonaro na postagem.
A tentativa de aproximação de Doria à candidatura de Bolsonaro já gerou desconforto recentemente na campanha. O tucano foi ao Rio na última sexta-feira (12) para tentar encontrar e gravar com o presidenciável do PSL, mas não foi recebido.
Olímpio, que preside o diretório paulista, é opositor ferrenho a Doria e interveio para que Bolsonaro não encontrasse o candidato tucano. O presidenciável, por sua vez, negou que tivesse marcado o encontro.
Já Mourão protagonizou cenas de desgaste interno na campanha, como o episódio recente em que ele criticou o 13º salário.
A relação entre o candidato e o vice azedou e Mourão tem se mantido distante do núcleo da campanha.