As eleições legislativas nacionais da Argentina, consideradas cruciais para o governo do presidente Javier Milei após um período de intensas tensões políticas e incertezas, especialmente depois da derrota na Província de Buenos Aires, confirmaram uma vitória expressiva para a coalizão governista La Libertad Avanza (LLA). XP Política.
Com 91% dos votos apurados, os resultados preliminares do Diretório Nacional Eleitoral (DINE) indicam:
• La Libertad Avanza (LLA): 40,84% – 64 deputados
• Fuerza Patria (FP): 24,5% – 31 deputados
• Provincias Unidas (PU): 5,12% – 5 deputados
• Frente de Izquierda (FIT): 3,71% – 3 deputados
Embora a contagem final ainda esteja em andamento, o desempenho da LLA superou inclusive as projeções mais otimistas do governo e representa uma vitória decisiva para Milei. De todo modo, notamos que coalizão do governo foi a única a apresentar candidatos em todo o território nacional, o que contribuiu para ampliar a diferença em relação à oposição — principalmente Fuerza Patria, cuja presença foi mais limitada mas tem alianças regionais que devem formar bloque unificado no Congresso.
O resultado reflete também uma polarização mais acentuada do que o esperado, com o voto concentrando-se nos dois principais blocos em detrimento das forças provinciais — especialmente da recém-formada aliança Provincias Unidas, que sai das urnas enfraquecida.
No Congresso, a LLA deve alcançar mais de 108 deputados, assegurando um terço confortável — suficiente para proteger vetos e decretos presidenciais — e aproximando-se da maioria de 130 votos necessária para aprovar reformas estruturais.
Além de redefinir a correlação de forças no Legislativo, o resultado também será determinante para o tom político que se estabelecerá nas próximas semanas, à medida que o governo entra em uma nova fase de negociações para formar maiorias e sustentar seus objetivos fiscais diante de possíveis resistências no Congresso. O Executivo já anunciou que pretende avançar com uma reforma tributária, voltada à simplificação do sistema fiscal, e uma reforma trabalhista focada em aumentar a flexibilidade para os empregadores — ambas alinhadas aos compromissos firmados com o FMI.
Os primeiros indícios apontam para uma administração fortalecida e para um enfraquecimento do bloco de governadores opositores. O novo equilíbrio posiciona Milei de forma favorável para as negociações que se aproximam e marca o início de uma etapa de consolidação política após o primeiro ano de governo.