As primeiras projeções após o fechamento das urnas das eleições de primeiro turno que ocorreram neste domingo (10) na França apontam que Emmanuel Macron e Marine Le Pen deverão se enfrentar no segundo turno, marcado para o dia 24 de abril.
Veja os resultados das pesquisas:
OPINIONWAY INITIAL
- Emmanuel Macron (Em Marcha!): 29,5%
- Marine Le Pen (Assembleia Nacional): 23,5%
- Jean-Luc Melenchon (França Insubmissa): 20,5%
- Eric Zemmour (Reconquista): 7,0%
- Valerie Pecresse (Sejamos Livres): 5,0%
IPSOS
- Emmanuel Macron (Em Marcha!): 28,1%
- Marine Le Pen (Assembleia Nacional): 23,3%
- Jean-Luc Melenchon (França Insubmissa): 20,1%
- Eric Zemmour (Reconquista): 7,2%
- Valerie Pecresse (Sejamos Livres): 5,0%
ELABE INITIAL ESTIMATE
- Emmanuel Macron (Em Marcha!): 28,5%
- Marine Le Pen (Assembleia Nacional): 24,2%
- Jean-Luc Melenchon (França Insubmissa): 20,2%
- Eric Zemmour (Reconquista): 7,1%
- Valerie Pecresse (Sejamos Livres): 5,1%
Le Pen, do partido Assembleia Nacional, de extrema direita, está concorrendo pela terceira vez. Durante toda a campanha, ela ficou em segundo, atrás de Macron. A diferença entre os dois, no entanto, diminuiu durante os últimos dias.
Em um discurso logo após a divulgação das pesquisas, Le Pen disse que será a presidente de todos os franceses.
Em 2017, quando Macron e Le Pen se enfrentaram no segundo turno, ele teve 66% dos votos, e ela, 34%.
As projeções apontam que desta vez as votações dos dois devem ser mais parecidas. A campanha dela deste ano foi em grande parte uma tentativa de parecer menos radical para agradar uma base maior de eleitores.
Apesar disso, ela ainda insiste em temas como uma campanha política contra as manifestações do islamismo e uma diminuição da imigração para o país.
Macron afirma que sua adversária faz campanha com aquilo que as pessoas temem. “Quando vejo as opiniões da extrema direita, quem quer que seja o candidato, há muitas ligações com teorias da conspiração, e os dois anos da pandemia de Covid-19 tudo e o oposto disso foi dito”, afirmou ele.
Ele afirma que as propostas da extrema direita não fazem sentido financeiro e são demagógicas.
Nos últimos dias de campanha, ele deu entrevistas para tentar promover suas políticas e citou o que fez no primeiro mandato (especialmente seus esforços durante a guerra da Ucrânia, que teria afastado da campanha).
Os dois candidatos que forem para o segundo turno vão se enfrentar em um debate antes da votação.
Se Macron perder as eleições, a nova presidente deverá assumir o cargo até o dia 13 de maio.
Em junho acontecem as eleições para a Assembleia Nacional, o Legislativo francês. Também são duas rodadas de votos, que estão marcadas para os dias 12 e 19 de junho.
Em busca da reeleição
Em seu primeiro mandato, Macron cortou impostos para empresas e para os ricos, facilitou a contratação e a demissão de funcionários e usou o orçamento para manter o país funcional durante a pandemia de Covid-19.
Centrista, ele é um defensor de uma União Europeia forte, e tentou liderar esforços diplomáticos para evitar a guerra na Ucrânia.
Macron é o líder mais jovem da França desde Napoleão. A vitória dele em 2017 foi considerada surpreendente.
Durante sua presidência houve ondas de protestos. Os manifestantes expressaram a opinião de que Macron está desconectado da população em geral e de suas necessidades.
Desafiante
Marine Le Pen é a dirigente do partido de extrema direita mais tradicional da França, o Assembleia Nacional.
Ela vai concorrer à presidência do país pela terceira vez. Em 2012, ficou em terceiro. Em 2017, em segundo, atrás de Macron.
Le Pen tem trabalhado nos últimos anos para melhorar a imagem do partido dela, que era visto como racista e xenofóbico.
Tradicionalmente, ela deu declarações contra a União Europeia. Recentemente, no entanto, ela tem evitado criticar o bloco –só afirma que mudaria a moeda da França.
Le Pen tenta atrair um número maior de eleitores, mas ao mesmo tempo ela perdeu apoiadores para um novo concorrente, Eric Zemmour (veja abaixo).
Em 2014, ela recebeu um empréstimo de um banco russo para financiar a campanha de 2017, o que pode ser problemático neste ano.