Debate em SP é marcado por ofensas, apelidos e confronto com dedo na cara

O ponto mais tenso ocorreu no final do terceiro bloco, quando Datena se levantou para confrontar Pablo Marçal.

Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB) participaram do evento organizado pela TV Gazeta e o canal MyNews neste domingo (1º) | Reprodução
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Os ataques e acusações dominaram as propostas dos candidatos durante o terceiro debate para a Prefeitura de São Paulo, realizado pela TV Gazeta e pelo canal MyNews neste domingo, 1º. Participaram do evento Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB). Com informações da revista Exame.

O ponto mais tenso ocorreu no final do terceiro bloco, quando Datena se levantou para confrontar Pablo Marçal. A mediadora teve que ameaçar chamar a segurança para evitar que a situação se agravasse.

PRIMEIRO BLOCO

No primeiro bloco, onde os candidatos se questionavam mutuamente, Pablo Marçal foi o único a não ser mencionado em uma das interações. O influenciador e coach teve seu histórico policial examinado e foi acusado por diversos concorrentes de ter ligações com o PCC.

LINGUAGEM NEUTRA EM CENA

Os conflitos mais intensos envolvendo Marçal foram com Boulos e Nunes. Marçal reviveu a controvérsia sobre a utilização da linguagem neutra no hino nacional em um evento de apoio a Boulos, chamando-o de ‘Boules’. Além disso, Marçal voltou a acusar Boulos de usar drogas.

Boulos respondeu, mas optou por desconsiderar algumas das acusações e avançou para alegar que Marçal enfrentava condenações trabalhistas.

Em seguida, foi a vez de Ricardo Nunes confrontar Marçal. Os dois trocaram farpas com direito a apelidos curiosos. Ao relacionar Marçal ao PCC, Nunes escolheu chamá-lo de 'Pablito', em referência ao famoso traficante colombiano Pablo Escobar.

"Você participou, foi condenado e preso por integrar uma quadrilha que entrava na conta das pessoas e subtraia recursos dos mais humildes, aposentados. As pessoas ligadas ao seu partido tem uma relação muito estreita com o PCC", acusou Ricardo Nunes, atual prefeito da capital paulista.

Em sua resposta, Marçal chamou Nunes de 'Bananinha' e disse que ele não teria coragem de assumir a afeição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por medo de perder votos. "Bananinha é o que você comeu na cadeia. Tchutchuca do PCC", respondeu Nunes.

SEGUNDO BLOCO

Pouco depois, porém, já no segundo bloco do debate, Nunes reforçou ter o apoio do ex-presidente. "O presidente Jair Bolsonaro já disse que nos apoia, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos)", afirmou em resposta a um jornalista.

Também no segundo bloco, em que os candidatos deveriam responder perguntas feitas por jornalistas, o debate pareceu que iria se tornar mais qualificado e focado em propostas. Mais uma vez, quem desviou das perguntas foi Pablo Marçal, que, ao se recusar a responder uma pergunta de Tabata Amaral sobre a cracolândia, disse: "Quem quer proposta de governo, vai no site do TSE, tá tudo lá."

"Invasorzinho" x "ladrãozinho de creche"

Entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, houve uma discussão sobre a privatização da Sabesp. No debate, o atual prefeito disse que o psolista não vai reverter nada, pois não chegará à Prefeitura. Ele emendou chamando Boulos de "invasor de propriedade e de conta bancária".

Pela resposta ríspida, Boulos questionou a postura de Nunes. "Queria que tivesse essa coragem para enfrentar a máfia da creche", referindo-se a uma investigação da Polícia Federal sobre irregularidades e repasses desviados que seriam para creches.

A discussão entre os dois continuou no bloco seguinte do debate. Nunes manteve o uso do apelido "invasorzinho" contra Boulos, fazendo com que a mediadora do debate precisasse intervir e pedisse mais respeito aos dois - a postura, inclusive, precisou ser repetida por diversas vezes durante as discussões. Em resposta, Boulos inaugurou o apelido "ladrãozinho de creche".

No embate, os candidatos falaram sobre a Ocupação Vila Nova Palestina, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em São Paulo. Boulos defendeu a regularização da situação da ocupação, enquanto Nunes disse "combater loteamento clandestino".

"Ele me fez uma acusação. Eu nunca tive, na minha vida toda, nenhum indiciamento, muito menos condenação. Diferente dele, que já foi condenado e no ano passado não cumpriu a pena porque a Justiça não conseguiu notificar", disse Nunes na interação.

Pouco depois, Boulos teve direito de resposta concedido pela produção do programa, após avaliarem que houve uma disseminação de fake news relacionada à suposta condenação.

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