Debate da Prefeitura de São Paulo na TV Globo começa com tom moderado e termina com ataques

Os momentos mais intensos ocorreram entre Guilherme Boulos e Pablo Marçal, que trocaram farpas e usaram expressões como “lobo em pele de cordeiro” e “esquerdopata maluco”.

Da esq. para dir.: Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena (PSDB) no estúdio da TV Globo — Foto: Bob Paulino/TV Globo | Reprodução/Redes sociais
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Com apenas três dias até as eleições, os candidatos à Prefeitura de São Paulo se reuniram na noite de quinta-feira (3) para um debate transmitido pela TV Globo. Com informações do g1.

Nos primeiros blocos, os participantes compartilharam suas propostas, mas à medida que o evento avançava, as discussões se tornaram mais acaloradas, com troca de críticas e referências a investigações envolvendo os adversários. Surgiram ataques direcionados a aliados dos oponentes, e um documento foi apresentado, incluindo menções a um suposto "gesso fake". 

O debate, mediado pelo jornalista César Tralli, contou com a presença de Datena (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).

No início do programa, Pablo Marçal foi escolhido por último para responder às perguntas, sendo deixado de lado por seus concorrentes. Nos dois primeiros blocos, não houve solicitações de direito de resposta, mas ao longo do debate, os candidatos pediram esse recurso nove vezes, todas negadas.

Os candidatos selecionados pertencem a partidos com pelo menos cinco representantes no Congresso Nacional ou que alcançaram 6% nas intenções de voto na última pesquisa da Quaest, divulgada no dia 30.

O formato do debate foi dividido em quatro blocos: os dois primeiros abordaram temas livres, enquanto os outros dois trataram de assuntos pré-definidos. Cada candidato, sorteado previamente, teve a oportunidade de fazer perguntas a um adversário que ainda não tivesse respondido no bloco.

Ao final do quarto bloco, cada candidato teve dois minutos para suas considerações finais.

As regras do debate foram acordadas em reuniões entre representantes dos candidatos na sede da TV Globo em São Paulo. Foi proibido apresentar documentos ou usar celulares e tablets, assim como dirigir ofensas aos adversários. O mediador tinha a autoridade de advertir os participantes: uma primeira advertência resultaria na perda de um minuto das considerações finais, a segunda, na perda total desse tempo, e a terceira, na expulsão do candidato do programa.

O atual prefeito, Ricardo Nunes, questionou Datena sobre a redução de impostos municipais, afirmando que não havia criado novas taxas. Datena respondeu que é viável diminuir impostos como o IPTU e criticou Nunes por não ter lutado mais pela redução do ISS na reforma tributária. O prefeito, por sua vez, destacou reduções de impostos em sua gestão e a instalação de novas empresas na cidade. Na sua tréplica, Datena ressaltou a necessidade de construir hospitais mais qualificados.

Tabata Amaral confrontou Nunes sobre a situação das pessoas em situação de rua e os índices de educação da cidade, além de criticar as filas na saúde e a criminalidade. Nunes rebateu, acusando Tabata de criticar sem apresentar soluções, e afirmou ter implementado políticas públicas para moradores de rua e na área de segurança.

Boulos, por sua vez, questionou Tabata sobre os problemas na gestão de Nunes, destacando a falta de medicamentos e a longa espera por exames. A deputada, em resposta, criticou a gestão e prometeu melhorias na saúde, enquanto Boulos se comprometeu a criar unidades de saúde em todas as regiões da cidade, com foco em saúde mental.

Datena, em outro momento, perguntou a Marçal sobre sua estratégia para combater o roubo de celulares, que ele caracterizou como um problema de crime organizado. Marçal respondeu que utilizaria tecnologia e inteligência artificial para rastrear e bloquear aparelhos, enquanto Datena enfatizou que o receptador de produtos roubados é o principal criminoso.

Marçal também questionou Boulos sobre propostas para estimular a abertura de empresas e a redução de impostos. Boulos reafirmou seu compromisso com a criação de empregos nas periferias através da redução do IPTU, enquanto Marçal argumentou que ser prefeito é uma missão de grande responsabilidade.

No segundo bloco, focado em mobilidade, Tabata criticou as propostas de Marçal para o transporte público, destacando que as linhas de ônibus permanecem inalteradas há anos. Marçal defendeu a implementação de corredores de ônibus e mudanças no tráfego que facilitariam o deslocamento na cidade.

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