O último estudo da série Eleições Municipais 2024 da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado antes do primeiro turno das eleições neste domingo, 6 de outubro, revela dados relevantes sobre o eleitorado e as características dos municípios, com destaque para um aumento significativo de cidades com mais eleitores do que habitantes. Em 2024, o número de municípios nessa situação subiu de 493 (em 2020) para 845.
No Piauí, 35% dos municípios, ou seja, 79 no total, apresentam esse fenômeno, o que coloca o estado entre os que têm a maior concentração proporcional de cidades com esse perfil, juntamente com Goiás (40%) e Paraíba (34%). Esse fato pode estar ligado ao retorno de pessoas que migraram por motivos econômicos ou educacionais, mas que voltam às suas cidades de origem para votar. Minas Gerais lidera em números absolutos, com 212 municípios nessa condição, seguido por Goiás (99) e São Paulo (89).
VEJA O RANKING NACIONAL
Além disso, em 16 municípios brasileiros, o número de eleitores chega a ser o dobro da população residente, e em 24 cidades, a diferença ultrapassa 50%. No cenário nacional, as duas menores cidades do país em termos de população, Serra da Saudade (MG) e Anhanguera (GO), também se destacam, com mais eleitores que moradores.
Neste domingo, 155,9 milhões de eleitores brasileiros devem comparecer às urnas, representando 74% da população. Entre eles, 22,6 milhões são eleitores facultativos, como jovens entre 16 e 17 anos e analfabetos. A maioria do eleitorado é composta por mulheres (52%), e a faixa etária de jovens até 34 anos representa 33% do total, enquanto os eleitores idosos (acima de 60 anos) correspondem a 22%. Em termos educacionais, a maior parte do eleitorado brasileiro não completou a educação básica.
Quanto ao perfil dos candidatos, há uma discrepância em relação ao eleitorado. Enquanto 52% dos eleitores são mulheres, apenas 16% dos candidatos a prefeito se identificam como tal. Além disso, 65% do eleitorado se declara negro, enquanto apenas 36% dos candidatos possuem essa identificação racial. A escolaridade dos candidatos também se destaca, sendo significativamente maior que a dos eleitores: 89% dos candidatos têm educação básica completa, contra 43% do eleitorado.