Eduardo Cunha tenta calar rumores de delação e acalmar deputados

A avaliação de aliados é a de que os rumores sobre possível delação

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Ainda mais isolado politicamente após o Conselho de Ética da Câmara aprovar parecer favorável à sua cassação, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) articula nesta semana uma nova ofensiva para tentar acalmar os ânimos dos parlamentares e angariar apoio para tentar se salvar em votação no plenário da Casa.

Pressionado a renunciar ao cargo de presidente da Câmara, do qual está afastado por ordem da Justiça, e cercado por rumores de que pode aceitar fazer uma delação premiada na Lava Jato, Cunha quer reunir aliados nesta segunda-feira (20) e fazer um pronunciamento à imprensa na terça (21) para rebater as acusações contra ele.

Nas palavras de interlocutores do peemedebista, a iniciativa tem o objetivo de diminuir a tensão entre os deputados, que temem ser implicados numa eventual delação de Cunha, e tentar conseguir apoio para impedir sua cassação no plenário. Para que ele perca o mandato, é preciso o voto de pelo menos 257 de 512 deputados da Casa.

Na semana passada, o Conselho de Ética aprovou por 11 votos a 9 sua cassação.

O resultado, que contou com o maioria.shtml voto decisivo da deputada Tia Eron (PRB-BA) e com a mudança de lado de Wladimir Costa (SD-PA), aliado de Cunha até o último momento, surpreendeu o presidente afastado da Câmara e também o Palácio do Planalto, que esperava um desfecho favorável ao peemedebista no colegiado.

A avaliação de aliados é a de que os rumores sobre uma possível delação premiada de Cunha causaram mal-estar entre os deputados e agora ele quer dar garantias de que não tomará essa iniciativa, mostrando que não é um homem rancoroso.

Quem conversou com o peemedebista nos últimos dias ouviu que ele quer rebater denúncias para não virar vítima de um massacre. O anúncio de seu pronunciamento, feito com pelo menos quatro dias de antecedência, fez com que se levantasse a expectativa de que Cunha poderia renunciar à presidência da Câmara.

Apesar de aliados acreditarem que, agora, ele não deve abrir mão do comando da Casa pois não teria nada a ganhar com a decisão, o próprio Cunha já não rechaça a tese com tanta veemência.

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