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Eduardo Bolsonaro ameaça mais ministros do STF com sanções de Trump em live com o pai e Piquet

Direto dos Estados Unidos, o filho do ex-presidente fez declarações agressivas, defendendo a aplicação de sanções internacionais contra o ministro Alexandre de Moraes e sugerindo que outros integrantes da Corte seriam os próximos alvos.

Eduardo Bolsonaro participou de live com o pai e o ex-piloto Nelson Piquet. | Foto: Reprodução
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Em mais uma live transmitida no canal da família Bolsonaro no YouTube, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reapareceu com novas ameaças direcionadas ao Supremo Tribunal Federal. Direto dos Estados Unidos, o filho do ex-presidente fez declarações agressivas, defendendo a aplicação de sanções internacionais contra o ministro Alexandre de Moraes e sugerindo que outros integrantes da Corte seriam os próximos alvos.


"Duvido que outros ministros vão se enveredar por esse caminho"

Durante a transmissão — marcada pelo sorteio de um capacete de grafeno, com direito à participação de Nelson Piquet e à aparição do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma cama de hospital na UTI — Eduardo reforçou a narrativa de que sanções aplicadas por Donald Trump seriam eficazes para intimidar o Supremo.

"Uma vez sancionado [Moraes], eu duvido que outros ministros da Suprema Corte vão se enveredar por esse caminho. Não faz sentido ir para o mesmo caminho e tomar as mesmas sanções. Porque para o Trump sancionar 1, 2, 3, 4 não vai fazer diferença nenhuma", afirmou, apostando em uma ofensiva diplomática sem qualquer respaldo institucional.


Sem prazo e sem provas, mas com "convicção"

Mesmo sem apresentar evidências concretas ou prazos definidos, Eduardo garantiu estar seguro quanto ao desfecho de seu pedido. "Tenho muita convicção de que Moraes será sancionado", disparou, em um tom que remete ao estilo já conhecido do ex-juiz e senador Sergio Moro.

A fala foi acompanhada por elogios ao ex-presidente norte-americano e por ataques à atuação de Moraes em decisões que afetam empresas estrangeiras no Brasil.


Acusações de “invasão de competência”

O parlamentar alegou que Moraes estaria extrapolando sua autoridade ao impedir que plataformas digitais estrangeiras atuem sem restrições no Brasil. Citando empresas como Rumble e Truth Social — esta última ligada a Donald Trump —, Eduardo disse:

"O Alexandre de Moraes invadiu a competência norte-americana quando ele não deixa as empresas americanas virem para o Brasil com liberdade (...), ele está invadindo essa competência".

A crítica ignora os dispositivos constitucionais e regulatórios brasileiros que tratam da atuação de empresas estrangeiras em território nacional.


Submissão ao sistema financeiro dos EUA

Eduardo Bolsonaro ainda exaltou a Lei Magnitsky, um mecanismo norte-americano que permite sanções a pessoas acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos, com efeitos práticos devastadores.

"Quando a sanção é executada, quem executa é o Tesouro americano. [...] O Alexandre de Moraes não vai perder só o visto americano, ele vai perder a possibilidade de ter um cartão de crédito Mastercard ou Visa, porque se um banco abre uma conta para Alexandre de Moraes ele também sofre a sanção", declarou, insinuando que o poder das sanções financeiras é absoluto — e que estaria nas mãos de Trump.


CENÁRIO POLARIZADO E DELÍRIO POLÍTICO

As falas de Eduardo somam-se a uma escalada de discursos antidemocráticos que envolvem membros da família Bolsonaro e aliados internacionais. Sem respaldo jurídico ou apoio oficial da diplomacia norte-americana, o parlamentar aposta em um alinhamento ideológico com Trump para tentar pressionar o Judiciário brasileiro — uma estratégia que revela mais sobre as fragilidades do bolsonarismo do que sobre sua força internacional.

Enquanto Jair Bolsonaro segue internado em Brasília e ainda encontra tempo para zombar da morte do Papa Francisco, seus filhos mantêm a ofensiva política em lives recheadas de insinuações, ameaças e promessas que ainda não saíram do campo da bravata.

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