Neste domingo (06/07) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inaugurou a plenária Paz e Segurança, Reforma da Governança Global, um dos principais debates da 17ª Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro. Sob o lema "Fortalecendo a cooperação do Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável", Lula ressaltou que o mundo vive um cenário marcado por retrocessos e tensões internacionais.
O discurso também abordou o aumento dos conflitos em escala global, que, segundo o presidente, atingem um número inédito desde a Segunda Guerra Mundial e alimentam o avanço do terrorismo em diferentes regiões.
Em sua fala de abertura, ele classificou o momento atual como um colapso sem paralelo do multilateralismo. “Nossa autonomia está em xeque. Avanços arduamente conquistados, como os regimes de clima e comércio, estão ameaçados. Exigências absurdas sobre propriedade intelectual ainda restringem o acesso a medicamentos. O direito internacional se tornou letra morta, juntamente com a solução pacífica de controvérsias”, afirmou.
Desafios globais
O Conselho de Segurança da ONU foi outro alvo de críticas. Para Lula, o órgão reproduz “um enredo de perda de credibilidade e paralisia”, apesar dos êxitos históricos acumulados ao longo de oito décadas. Ainda assim, ele defendeu que o Brics tem responsabilidade de impulsionar mudanças: “Se a governança internacional não reflete a nova realidade multipolar do século 21, cabe ao Brics contribuir para sua atualização.”
O presidente brasileiro afirmou que fortalecer fóruns multilaterais é essencial para reduzir os riscos de novos conflitos e enfrentar os desafios globais. “O mundo está ficando cada vez mais instável e perigoso.”
A intervenção durou cerca de seis minutos e aconteceu logo após a recepção oficial aos chefes de Estado e a tradicional fotografia do grupo com todos os líderes presentes. Ao longo do domingo, ainda estavam previstas duas sessões plenárias com pautas sobre multilateralismo, economia, inteligência artificial e segurança internacional. Os debates seguem até esta segunda-feira (07), quando será encerrada a cúpula no Rio.