O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques apresentou às autoridades do Paraguai uma declaração médica ao ser preso no aeroporto de Assunção, quando tentava embarcar para El Salvador. No documento, ele afirmava ter câncer no cérebro e dizia que não conseguia falar nem compreender instruções orais.
diagnóstico de glioblastoma
Na declaração entregue aos agentes aeroportuários, Silvinei informou que tinha diagnóstico de glioblastoma multiforme, um tipo grave de câncer, e que, por causa da doença, não podia se comunicar verbalmente. Segundo o texto, a comunicação deveria ser feita apenas por escrito.
Declaração que Silvinei Vasques apresentou no Paraguai. — Foto: Reprodução
Ainda de acordo com o documento, Silvinei alegava que seguia para El Salvador com autorização médica para realizar um tratamento de radiocirurgia. Ele afirmava que havia passado por sessões de radioterapia e quimioterapia em dezembro e que o novo procedimento poderia ajudar a prolongar sua vida.
ROMPIMENTO DE TORNOZELEIRA
A Polícia Federal informou que Silvinei rompeu a tornozeleira eletrônica na madrugada do Natal, poucas horas antes de ser localizado no Paraguai. Ele deixou o Brasil após ter sido condenado a 24 anos de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado ocorrida entre 2022 e 2023. A condenação foi definida em julgamento realizado em dezembro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, a fuga começou ainda na noite da véspera de Natal. Silvinei saiu de casa, em São José (SC), por volta das 19h22 do dia 24, antes de o sinal da tornozeleira apresentar falhas. Imagens mostram que ele colocou sacolas, ração e tapetes higiênicos em um carro alugado e deixou o local levando um cachorro da raça pitbull.
Equipes da Polícia Penal de Santa Catarina e da Polícia Federal foram até a residência no mesmo dia e também no dia seguinte, mas não conseguiram localizar o ex-diretor da PRF.
Na declaração apresentada no Paraguai, Silvinei afirmava estar consciente e em condições clínicas de viajar, apesar das limitações de comunicação. Ele também informou que não havia previsão de retorno ao Brasil, pois a data dependeria da realização de exames e da possível necessidade de internação para o tratamento médico.