Drogas:Dilma quer combater crime e controlar fronteira

Presidente Dilma Rousseff participa de abertura do seminário de implantação dos Centros Regionais de Referência em Crack e Outras Drogas

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A presidente Dilma Rousseff defendeu, nesta quinta-feira, na abertura do seminário de implantação dos Centros Regionais de Referência em Crack e Outras Drogas, um combate sistemático à distribuição de entorpecentes, o monitoramento de fronteiras e o fortalecimento de centros de referência para treinamento de médicos e agentes comunitários de saúde.

"Será uma luta sem quartel no combate sistemático ao crack. Precisamos impedir que mais crianças sejam vítimas do crack. É fundamental perceber que tudo passa pelo combate ao crime organizado através do controle de fronteiras e do reforço da Polícia Federal no combate às drogas", disse a presidente, no Palácio do Planalto, ao lado dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Fernando Haddad.

"É um quadro que nenhum de nós, tanto do governo federal, estadual e municipal, professores e da sociedade civil, podemos nos tornar indiferentes a ele", afirmou Dilma, destacando que os desafios no combate ao crack devem levar em conta o fato de a droga ter baixo custo e de ser muito destrutiva.

Ao lado da nova secretária nacional de Política sobre Drogas, Paulina Duarte, a presidente disse ter "orgulho" de tê-la na administração pública. Paulina substituiu Pedro Abramovay, demitido após ter defendido publicamente que não houvesse prisão para pequenos traficantes.

Ao Terra, Abramovay defendera, ainda como secretário nacional de Justiça no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que a prisão de pequenos traficantes, ao invés de servir como punição, só contribuiria ainda mais para a formação de mão-de-obra de grandes organizações criminosas. Uma possível mudança da atual Lei de Drogas, que não estabelece claramente a proporção da pena para quem é pego transportando substâncias ilícitas, poderia, na avaliação dele, fixar penas alternativas, como prestação de serviços comunitários, para pessoas pegas com pouca quantidade de droga.

"Estão prendendo as pessoas erradas. Qual é o benefício para a sociedade o fato de se colocar na prisão essas pessoas e depois as devolver para a sociedade? Na prisão estão sendo formados criminosos. Estão entregando de graça para o crime organizado a mão-de-obra", afirmou Abramovay na ocasião.

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