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Dr Pessoa vai à Polícia falar sobre as fraudes na Strans; mais de 2 mil multas foram canceladas

O depoimento de Dr. Pessoa contradiz o que foi dito anteriormente pelo ex-superintendente Bruno Pessoa à Polícia Civil.

Dr Pessoa e o sobrinho, Bruno Pessoa, os dois foram ouvidos pela Polícia. | Foto: Reprodução
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O ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (PRD), foi ouvido no Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR) no âmbito da investigação que apura o cancelamento irregular de 2.419 multas de trânsito entre fevereiro e junho de 2024. O esquema teria causado um prejuízo de mais de R$ 500 mil aos cofres da Prefeitura.

Acompanhado por um advogado, o ex-gestor afirmou desconhecer a prática e declarou que não autorizou qualquer cancelamento dentro da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), então comandada por Bruno Pessoa, seu sobrinho. Segundo ele, “não emitiu nenhuma ordem para os gestores da Strans realizar o cancelamento” das multas que foram excluídas do sistema.


Versões divergentes

O depoimento de Dr. Pessoa contradiz o que foi dito anteriormente pelo ex-superintendente Bruno Pessoa à Polícia Civil. Na ocasião, Bruno declarou que os cancelamentos ocorreram por determinação expressa do então prefeito, beneficiando um grupo restrito de motoristas e proprietários de veículos próximos à administração municipal.

A investigação também envolve Lucas da Rocha Lima, alvo de prisão temporária, além dos servidores Daniel da Araújo e o próprio Bruno Pessoa. Novas oitivas estão previstas e a expectativa é que o inquérito seja concluído até o fim de agosto, com possível indiciamento de todos os nomes já citados. Há chances de que o ex-prefeito seja incluído no relatório final que será enviado ao Poder Judiciário.


"Desordeiro que sujou o nome da família"

Em entrevista anterior à coluna Francy Teixeira, do MeioNews, Dr. Pessoa quebrou o silêncio e reagiu com irritação às acusações feitas pelo sobrinho. Sem poupar críticas, afirmou:

“Lamento ele ter envolvido meu nome lá. Eu nunca, nem minha mãe se fosse viva, eu não iria tirar multa de quem agrediu o ambiente, as normas, as leis do trânsito. Não faria, não sou cidadão. Minha história é limpa. Mas tem aquele dizer popular: quando a pessoa está no caminho do inferno, ele diz: ‘eu quero levar mais alguém’. Eu peço aos órgãos de investigação que vá fundo. Mas esse é um desordeiro que sujou, que está sujando o nome da família. Ele é um crápula. Ele é outra palavra que eu não quero externar aqui. É só um desordeiro que faz isso.”


"Não passo a mão na cabeça de ninguém"

O ex-prefeito também frisou que não protegerá nenhum dos envolvidos, mesmo que sejam familiares ou aliados políticos.

“Eu oriento o seguinte: que os órgãos de investigação — seja da Polícia A ou B, seja do Ministério Público, etc. — vá a fundo procurar quem é que deve. Quem é que deve. Eu não vou passar essa mão aqui que Deus me deu na cabeça de ninguém. De ninguém, nem relacionado à família e nem distante da família. Nenhum que fez parte da minha administração, que fez parte da minha história.”

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