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Donos de restaurante agridem vereador gay e ameaçam executá-lo: “Cortar a garganta”

O episódio, ocorrido durante o festival local Bando de la Huerta, foi parcialmente filmado por um amigo da vítima e compartilhado nas redes sociais.

Vereador é alvo de ataque homofóbico na Espanha. Ele foi ameaçado de morte pelos donos de restaurante. | Foto: Reprodução
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O vereador Víctor Sáez, de 32 anos, foi agredido dentro de um restaurante de kebabs em Múrcia, na Espanha, após exigir o livro de reclamações. Segundo ele, a agressão teve motivação homofóbica. O episódio, ocorrido durante o festival local Bando de la Huerta, foi parcialmente filmado por um amigo da vítima e compartilhado nas redes sociais.

Discussão começou após negativa do livro de reclamações

De acordo com o relato de Sáez, uma funcionária do restaurante teria começado a zombar dele. Ao perceber, o vereador pediu o livro de reclamações, direito garantido aos consumidores na Espanha. A solicitação foi negada, o que o levou a informar que chamaria a polícia. O dono do estabelecimento, pai da funcionária, então interveio de forma agressiva: “Não fales com a minha filha”, teria dito antes de partir para o ataque.

Agressões físicas e ameaças de morte

Sáez afirma que foi cercado por funcionários do local e espancado. “Ele ameaçou-me: ‘Eu vou-te matar, seu p***, eu vou-te cortar a garganta’”, relatou. Nas imagens, é possível ver o vereador sendo agredido com socos até cair ao chão. Clientes que presenciaram a cena acabaram intervindo e separando os envolvidos.

Demora policial e atendimento médico

A Polícia demorou a chegar, fato que Sáez atribui à movimentação intensa no festival local. Quando os agentes compareceram, colheram seu depoimento e seguiram ao restaurante para ouvir os envolvidos. A vítima foi levada de ambulância para as urgências, onde foi atendida com lesões na mão, pé e cabeça. “Felizmente, não usaram uma faca. Podia ter sido muito pior”, escreveu.

Crimes de ódio: realidade crescente

“Denunciar não é fácil, mas é necessário”, escreveu o vereador, ao informar que formalizou queixa por agressão homofóbica. Ele também revelou que esta foi a segunda vez que sofreu violência por conta da sua orientação sexual.

“O que aconteceu não deve ser normalizado. Os crimes de ódio existem e magoam. Não são exageros ou histórias pessoais: são realidades que atravessam corpos, emoções e direitos”, desabafou nas redes sociais.

Ódio sem fronteiras

Em sua declaração pública, Sáez destacou que os agressores não são espanhóis, mas reforçou que “o ódio não faz distinção de nacionalidades e pode vir de qualquer lado”. A declaração foi feita em meio a discussões acaloradas nas redes sociais sobre xenofobia e homofobia.

Segundo o “Relatório sobre a Evolução dos Crimes de Ódio em Espanha”, publicado em 2023, houve 2.268 incidentes investigados no ano anterior — aumento de 21,3% em relação a 2022. Desses, 522 estavam relacionados à orientação sexual ou identidade de gênero.

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