Uma interceptação telefônica feita pela Polícia Federal 20 dias antes da Operação Câmbio, Desligo, da Lava Jato do Rio, mostra que os doleiros presos já sabiam, com antecedência, que a investigação estava em curso – e chegando à reta final.
No dia 13 de abril, às 11h31, o suposto doleiro Marcelo Rezinski, que está preso, foi flagrado, com autorização judicial, conversando por telefone com a esposa. Na transcrição do diálogo, divulgado com exclusividade pelo site G1, Marcelo diz que falou com “Dadá” “de manhã” – quando teria ouvido que ele iria ficar “um tempinho preso”.
Dadá, segundo os investigadores e fontes ouvidas, é um apelido comum de Dario Messer, que fugiu do cerco policial internacional e, até hoje, segue foragido da Justiça – reforçando a tese do vazamento.
Confira o trecho:
MARCELO - Sabe quem também vai ficar um tempinho preso?
CINTHIA - Quem?
MARCELO - O Dadá!
CINTHIA - Tá, mas de novo?
MARCELO - De novo não, ele nunca foi, né, cara!
CINTHIA - Ah, não! Quem foi foi a Rô!
MARCELO - Hum hum!
CINTHIA - Que merda, cara!
MARCELO- É, cara! Falei com ele de manhã!
CINTHIA - Ai, amor! Enfim!
MARCELO - Né?
CINTHIA - Né? É complicado, né!