O Ministério Público Federal em São Paulo afirma ter localizado, entre documentos confidenciais apreendidos pela Polícia Federal com diretores da construtora Camargo Corrêa, comprovantes de pagamentos de propina no exterior ao Partido dos Trabalhadores do Pará.
Segundo a procuradora da República Karen Kahn, para conseguir um contrato de construção de hospitais no Pará, governado por Ana Júlia Carepa (PT), a Camargo Corrêa repassou ao PT, em abril de 2008, R$ 261.285,52 por meio da conta nº 941-11-013368-2, no First Commercial Bank, na China.
A reportagem informa que o PMDB do Pará, diz Kahn, também teve a sua cota, cerca de R$ 130 mil, paga no Brasil. Os detalhes dos supostos pagamentos constam em arquivos digitalizados apreendidos com Pietro Bianchi, diretor da construtora.
Outro lado
O PMDB do Pará negou ontem o recebimento de propinas da Camargo Corrêa.
A assessoria do PT no Estado informou que nenhum dirigente do partido foi localizado para comentar a denúncia do Ministério Público Federal. Segundo o secretário-geral do PMDB do Pará, Wilson Ribeiro, uma doação foi feita pela Camargo Corrêa em 2008 ao diretório estadual, no valor de R$ 300 mil, e a contribuição foi oficializada.
O advogado da Camargo Corrêa, Celso Vilardi, afirmou ontem que, como o processo está sub judice, não pode comentar o caso. "Seria um desrespeito ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), que ainda vai se reunir para decidir se confirma a decisão do presidente do tribunal, que entendeu que toda a operação é nula", afirmou.