Dizendo que seu “telhado” é coberto, Dilma critica adversários Aécio e Marina

Numa provocação ao tucano, presidente lembrou de falta de investigação no caso da plataforma pretolífera P36, que afundou no último ano do governo FHC

Dilma Rousseff | Reprodução
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A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), disse nesta segunda-feira (08) que seus adversários estão fazendo uso eleitoreiro das denúncias de corrupção na Petrobras. Ela afirmou ainda que as investigações partiram do próprio governo. Em tom de ironia, a presidente mandou recados para a candidata do PSB, Marina Silva, e para o tucano Aécio Neves (PSDB), insinuando que escândalos relacionados a eles não chegaram a ser investigados.

“Hoje há [exploração eleitoreira]. Até porque os dois candidatos não podem esquecer os seus telhados. Eu não vou ficar aqui falando do telhando do ninguém. Mas eles devem olhar os seus telhados. O meu telhado tem a firme determinação na investigação. Ele é um telhado cobertinho pela PF investigando, por um Ministério Público com autonomia e pela lei anticorrupção que nós aprovamos”, disse a presidente, durante entrevista no Palácio da Alvorada, no fim da tarde desta segunda.

Em provocação dirigida a Aécio, Dilma lembrou o afundamento da plataforma P36, que segundo a presidente, não chegou a ser investigado. Pertencente a Petrobras, a estrutura de produção de petróleo em alto-mar citada afundou em 2001, último ano de Fernando Henrique Cardoso na Presidência República.

“Afundam uma plataforma que custou US$ 1,5 bilhão. A refinaria Pasadena custou US$ 800 milhões. Alguém investigou o afundamento da plataforma? Não. Porque a função da plataforma é boiar”, questionou a presidente, que se esquivou da responsabilidade de mandar investigar o que ocorreu com a plataforma, dizendo que, nesta hipótese, seria acusada de vingança.

“Depois não foi investigado porque ninguém vai tocar para trás, vai tocar para frente. Se a gente fosse investigar falariam que a gente estava fazendo vingança. Eu vou tocar para frente. Mas acho que tudo tem que ser investigado. Quando depender de mim, eu investigo tudo”, prosseguiu Dilma.

Ao falar sobre o vazamento de informações a respeito dos depoimentos prestados pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, Dilma ressalvou que isso pode inviabilizar o processo de investigação sobre o suposto esquema de lavagem de dinheiro da estatal.

“Doa a quem doer nos vamos investigar”, defendeu Dilma, afirmando que determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que investigue se há membros do governo envolvidos no esquema.

De acordo com reportagem da revista Veja deste fim de semana, políticos ligados à base aliada de Dilma, assim como ex-governador Eduardo Campos, ligado a Marina, se beneficiaram de esquema de corrupção na Petrobras.

 

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