Em 2023, o aplicativo de mensagens Telegram enfrentou uma crise no Brasil, sendo quase retirado do ar devido a investigações sobre fake news. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, exigiu que a plataforma apresentasse representação legal no país em 24 horas. Agora, a tensão se intensificou com o caso do X, plataforma de Elon Musk.
Em abril, Musk iniciou uma ofensiva pública contra Moraes, desencadeada pela divulgação dos "Twitter Files Brazil". Esses arquivos continham emails de funcionários do Twitter entre 2020 e 2022, onde reclamavam das decisões da Justiça brasileira relacionadas à disseminação de notícias falsas e ataques ao sistema eleitoral.
Musk criticou Moraes no X, acusando-o de censura. Veja os principais pontos dessa disputa:
1. Críticas de Musk a Moraes
No dia 6 de abril, Musk questionou publicamente o motivo da "censura no Brasil". Sua interação ganhou notoriedade entre as bases bolsonaristas, especialmente quando afirmou que ignoraria ordens judiciais brasileiras. Musk declarou que os princípios eram mais importantes que o lucro e que estava considerando fechar o escritório no Brasil.
2. Inclusão no Inquérito
Após as declarações de Musk, Moraes o incluiu como investigado em um inquérito sobre milícias digitais. O inquérito investiga atividades relacionadas à desestabilização política no Brasil, incluindo a venda de joias recebidas por Jair Bolsonaro e a falsificação de cartões de vacina. Moraes também determinou que o X deveria obedecer a todas as ordens judiciais do STF, sob pena de multas diárias.
3. "Twitter Files" e Liberdade de Expressão
O ativista Michael Shellenberger postou no X críticas à atuação de Moraes e ao Judiciário brasileiro, intitulando seu conteúdo de "Twitter Files - Brazil". O nome "Twitter Files" surgiu em 2022, referindo-se a documentos internos que revelavam a atuação da plataforma nos EUA, sob a gestão anterior a Musk.
4. Reações Políticas
As declarações de Musk provocaram reações tanto da direita quanto da esquerda. O ex-presidente Bolsonaro elogiou Musk como um defensor da liberdade no Brasil. Por outro lado, parlamentares de esquerda defenderam a regulação das redes sociais e criticaram a postura de Musk, com o ex-ministro Paulo Pimenta ressaltando a soberania do Brasil frente às big techs.
5. Fechamento do Escritório do X no Brasil
Em 17 de agosto, o X anunciou o fechamento de seu escritório no Brasil, alegando que Moraes ameaçou prender seus funcionários. Embora a rede social continue disponível no país, a empresa enfatizou que sua decisão foi motivada pelas ações do ministro. Desde então, o X começou a cumprir as ordens judiciais, bloqueando perfis conforme solicitado.
QUAL A SITUAÇÃO HOJE?
A rede social X começou a voltar ao ar para usuários no Brasil na tarde desta terça-feira (8), após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A plataforma havia sido bloqueada no país desde 31 de agosto, também por decisão do ministro. O retorno foi liberado após a empresa confirmar ao STF o pagamento de todas as multas, que totalizam cerca de R$ 28,6 milhões.
Antes disso, a X já havia cumprido outras duas condições necessárias para a retomada das operações: designar um representante legal no Brasil e bloquear perfis de nove indivíduos que estão sendo investigados pelo STF.
Com informações de O Globo