O sociólogo Mauro Paulino, que há 16 anos é o diretor-geral do Instituto Datafolha, disse em longa entrevista concedida ao portal IG, que as oscilações na bolsa, que sobem na medida em que se anuncia uma oscilação para baixo momentânea da Presidenta Dilma na corrida eleitoral , ?é algo esdrúxulo. A especulação na bolsa é algo que está me incomodando muito. Aconteceu algo parecido em 2002, quando Lula era considerado uma ameaça, e a cada ponto que subia, o dólar subia junto. Esse movimento da bolsa, peculiar desta eleição, é pura especulação, não vejo lógica e nem justificativa para que resultados de pesquisas que mostram estabilidade e variações dentro da margem de erro, possam influenciar as ações desse jeito. Isso é pura jogatina, é cassino. E essa especulação é estimulada pela lei eleitoral?.
Para explicar de que forma essa especulação é estimulada pela legislação eleitoral, o Diretor-Geral do Datafolha afirma que todo instituto que registrar a realização do levantamento cinco dias antes da divulgação. ?Isso é anacrônico, não tem utilidade nenhuma. Em tese seria para que os partidos pudessem fiscalizar as pesquisas, mas a fiscalização na prática ocorre após a divulgação.?
?Esse intervalo de cinco dias?, denuncia o Diretor do Datafolha, ? proporciona a possibilidade der outro instituto, contratado por financeiras, fazer uma pesquisa tentando copiar exatamente o questionário que já foi registrado e repete a mesma amostra. Isso é uma pesquisa clone, confeccionada para ser entregue uma dia antes da divulgação oficial. Não com o objetivo de informar, e sim de tentar antecipar o número que o Datafolha e o Ibope entregarão no dia seguinte, o que dá margem para essa especulação?.