Dilma tenta ganhar musculatura política

Dilma buscou uma resposta política ao bons momentos de Ciro e Marina nas pesquisas

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A entrada da senadora Marina Silva (PV-AC) na disputa presidencial e a volta do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à ribalta nacional bagunçaram o coreto da provável candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef (PT), ao Palácio do Planalto.

Nas três últimas semanas, Dilma buscou uma resposta política ao bons momentos de Ciro e Marina nas pesquisas sobre a sucessão de outubro do ano que vem. E ela vem obtendo êxito.

A aliança com o PMDB está praticamente selada. Hoje, os governistas do PMDB têm maioria para bancar um acerto nacional com o PT. O noivado foi feito. O casamento precisará ser confirmado em junho, mês das convenções que oficializam candidaturas e alianças.

Até lá, haverá muita fumaça. Os peemedebistas são mestres nesse tipo de negociação. Parecerá, em algum momento, que a aliança poderá não se realizar. Convém não apostar no fracasso do acerto. Lula avalizou, o PMDB quer, Michel Temer deverá ser o vice, e Dilma terá musculatura política suficiente.

Temer, presidente licenciado do PMDB e presidente da Câmara, une os governistas do partido. Só não será vice se não quiser. E ele quer.

A hipótese de o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, recém-filiado ao PMDB, virar vice é vista como piada entre os peemedebistas. Hoje, informações nesse sentido são desejo e sonho. Só.

Com suporte de Lula, Dilma está amarrando o apoio de PDT e do PC do B. Fará investida sobre o PR. O PRB de José Alencar também virá para o barco. Ela poderá ter 60% do tempo no horário eleitoral gratuito, a fase decisiva da eleição.

Erra quem vê fragilidade na candidatura Dilma. Se a economia crescer entre 4,5% e 5% em 2010, a alta popularidade de Lula será um forte cabo eleitoral.

Isso significa que Dilma é a favorita ou que sua eleição são favas contadas? Não.

O favorito ainda é o governador de São Paulo, José Serra, que também possui musculatura política. O tucano deverá ter o apoio do DEM e do PPS. Terá poder de fogo no rádio e na TV. Faz uma gestão bem avaliada em São Paulo. Tem boa imagem nacional e trânsito em fortes grupos empresariais.

Marina e Ciro poderão surpreender? Sim. Já estão surpreendendo. Mas eles têm menos consistência política do que Dilma e Serra. Na reta final do primeiro turno, a tese de uma disputa plebiscitária tão cara a Lula poderá se concretizar.

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