A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira, em Londres, que o governo anunciará em agosto e setembro medidas anticíclicas para estimular a economia, e afirmou que os setores que recebem incentivos governamentais devem garantir a manutenção do emprego no país.
"Todos os setores que receberem incentivos do governo têm que saber que nós fazemos isso por um único motivo no mundo: garantir o emprego e a renda do brasileiro", disse ela em entrevista à imprensa no hotel onde está hospedada em Londres por ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos, nesta sexta-feira.
"Nós iremos, no mês de agosto e um pedaço de setembro, tomar algumas medidas, continuando nosso programa contracíclico. Estamos muito preocupados em reduzir o custo do país", acrescentou ela, citando planos do governo de reduzir o custo da energia elétrica.
Na quinta-feira, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o governo vai eliminar os encargos setoriais das tarifas de energia elétrica e reafirmou que a redução total da tarifa será de cerca de 10 por cento, ou um pouco mais que isso.
Dilma ainda afirmou que o governo fará uma política de investimentos nas áreas de portos, aeroportos, ferrovias e rodovias, o que incluirá concessões e outros marcos regulatórios, como parcerias público-privadas.
"Temos certeza que estamos no caminho da estabilidade. Nós vamos fazer tudo isso mantendo a solidez fiscal, a inflação sob controle e continuando nossas políticas sociais", disse Dilma.
A presidente reconheceu que o Brasil tem sofrido os impactos da crise da zona do euro, e que todos os países dos Brics --grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-- vêm sendo afetados.
Dilma, no entanto, disse esperar a recuperação da taxa de crescimento do país nos próximos meses.
"Acredito que nós iremos, nos próximos meses, crescer a uma taxa maior. Mas mesmo hoje nós estamos segurando o nível de crescimento, que é bastante significativo considerando a situação internacional", disse ela.
O governo vem buscando adotar medidas de estímulo diante da dificuldade da economia brasileira em deslanchar depois de o Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre na comparação com os últimos três meses de 2011.
Entre as medidas já adotadas, o governo anunciou benefícios fiscais a indústrias e consumidores, além de aumento das compras federais. Em outra frente, o Banco Central realizou oito cortes seguidos na taxa básica de juros desde agosto passado, para a atual mínima recorde de 8 por cento ao ano.