Dilma Rousseff volta a negar a possibilidade de renunciar ao cargo

Dilma lançou o Plano Safra da agricultura familiar.

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A presidente Dilma Rousseff voltou a negar nesta terça-feira (3) a possibilidade de renunciar ao cargo por causa do processo de impeachment, e afirmou que a renúncia interessaria apenas àqueles que defendem seu afastamento.

"Muitas vezes, não foi uma, nem duas, eles pediram que eu renunciasse, porque se eu renunciar se esconde para debaixo do tapete esse impeachment sem base legal, portanto, esse golpe", disse.

"É extremamente confortável para os golpistas que a vítima desapareça, que a injustiça não seja visível. Pois eu quero dizer para vocês: a injustiça vai continuar visível, bem visível", afirmou Dilma.

A presidente lançou nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, o Plano Safra da agricultura familiar.

O evento ocorre a uma semana da votação do impeachment no Senado, na quarta-feira (11), que pode confirmar o afastamento temporário da presidente do cargo. A derrota no Senado é dada como provável mesmo por aliados do governo.

Nesta terça-feira, Dilma também atacou as propostas do PMDB para um eventual governo Temer. Segundo a presidente, o plano econômico e social do peemedebista é contrário ao escolhido nas urnas, na eleição que deu o segundo mandato à petista, em 2014.

"Aquilo que o povo elegeu não é aquilo que ele receberá", disse. "Mas o que é pior é que as propostas que eles apresentam para a sociedade são contrárias à eleição e à chapa que ganhou a eleição com 54 milhões de votos", afirmou a presidente.

O vice-presidente estuda cortar gastos do governo para responder à crise econômica, o que poderia atingir programas sociais. Dilma voltou a afirmar que não há motivos legais para seu afastamento e afirmou que a democracia brasileira "sofre um assalto" com o atual processo de impeachment.

A presidente disse estar sendo vítima de "uma fraude, que é um impeachment sem causa" e voltou a falar que a tentativa de tirá-la do cargo é, na prática, uma eleição indireta.Segundo a presidente, os motivos citados na denúncia contra ela -- as "pedaladas fiscais" e os decretos de créditos suplementares -- não são os motivos levados em conta por quem quer sua saída."Votam por todas as razões, menos pelos seis decretos. Porque aí teriam que votar contra o dinheirinhos dos hospitais, contra o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), contra o Plano Safra", disse, citando órgãos e programas que receberam recursos por meio dos decretos e das "pedaladas".

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