Dilma teria recusado demitir Genoino após condenação pelo STF

Segundo Planalto, Dilma considerou que “não havia razão” para exonerá-lo.

Presidente Dilma Rousseff | Reprodução
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A presidente Dilma Rousseff recusou pedido do ex-presidente do PT José Genoino para ser demitido do Ministério da Defesa depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) o condenou por corrupção ativa no julgamento do processo do mensalão, segundo informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

De acordo com a secretaria, ao ser comunicada pelo ministro Celso Amorim da disposição do ex-deputado, Dilma respondeu ao titular da Defesa que não havia, àquela altura, nenhuma razão para demitir Genoino.

"E [a presidente] comentou que lamentava o fato de uma pessoa da estatura de Genoino estar naquela situação", observou em nota a assessoria do Palácio do Planalto, em resposta.

Genoino ocupava cargo de assessor especial do ministro Amorim. A exoneração, "a pedido", foi publicada na edição desta quinta do "Diário Oficial da União". Ele foi condenado por 9 votos a 1 pelo crime de corrupção ativa (oferecer vantagem indevida) ? o único voto pela absolvição foi o do ministro-revisor, Ricardo Lewandowski.

No dia seguinte ao da condenação, Genoino anunciou a saída do governo por meio de um pronunciamento durante reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo.

Responsável pela defesa de Genoino no processo do mensalão, o advogado Luiz Fernando Pacheco afirmou que, diante do pedido, a presidente orientou o ex-parlamentar a aguardar o final do julgamento no Supremo para que, então, fosse tomada a decisão a respeito da permanência ou da saída dele do ministério.

?Ele pediu a exoneração e veio uma resposta da Presidência da República de que a presidente não iria assinar a demissão e que aguardasse o final do julgamento?, contou Pacheco.

Mas o ex-deputado, relata o advogado, teria reiterado a disposição de sair, em caráter irrevogável. Dilma, então, teria concordado.

"Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes. Não me envergonho de nada. Continuarei a lutar com todas as minhas forças por um Brasil melhor, mais justo e soberano, como sempre fiz", afirmou Genoino na quarta-feira, no pronunciamento na sede do PT em São Paulo.

O texto do pronunciamento, intitulado ?Carta Aberta ao Brasil?, afirma que o Supremo foi injusto. ?Estou indignado. Uma injustiça monumental foi cometida! A Corte errou. A Corte foi, sobretudo, injusta, condenou um inocente", disse.

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