Numa investida para esclarecer sua posição sobre o aborto, a candidata à presidência Dilma Rousseff (PT) visitou, na tarde desta quinta-feira (7), a capela de Nossa Senhora de Fátima do Mercado Central de Belo Horizonte. Cercada por seminaristas e padres de quatro congregações de BH, Dilma posou em frente a uma imagem de Cristo na cruz e criticou uma "campanha clandestina" com base em suas supostas convicções a respeito do aborto.
"Pessoalmente, sou contra o aborto. Até porque seria muito estranho, no momento em que meu neto acabou de nascer, eu defender o aborto. O aborto é uma violência contra a mulher", declarou, numa confusa entrevista coletiva, que misturou militância, jornalistas, seguranças e religiosos.
"Eu tive um encontro com lideranças católicas aqui nessa capela do Mercado Central de Belo Horizonte. Tivemos uma conversa que calou fundo no meu coração, diante da campanha que tem sido feita contra mim, meio clandestina, que não se apresenta a pessoa. Nesse momento, é muito bom a gente ouvir uma voz cristalina, uma voz de quem acredita, como eu, que quem é favor da vida tem que ser a favor do Brasil", completou.
Aos pés da santa cruz, Dilma tratou de se associar ao catolicismo, depois dos estragos produzidos por um e-mail com falsas declarações atribuídas a ela, num evento realizado supostamente em Minas Gerais. Entre as frases inverídicas, a de que "nem Cristo" tiraria a sua vitória no primeiro turno.
"O único comprometimento e condicionantes que os religiosos colocaram para apoiá-la foi com questões sociais, para que a população brasileira tenha melhores condições de vida. Eu represento esse processo que vai resgatar as pessoas e a família", afirmou.
A candidata afirmou que não irá pressionar Marina Silva (PV) a tomar uma posição no segundo turno. "Eu telefonei pra Marina, não concordo com esse tipo de relação de pressão. Deixem as coisas se acalmarem, a hora da conversa vai chegar", disse, no dia em que o PV de Minas se reuniu para tentar tirar o apoio a Dilma ou José Serra. A sigla mineira decidiu que Marina terá autonomia para decidir.