A presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar nesta segunda-feira (28) que o modelo de partilha será mantido nos próximos leilões de petróleo na camada do pré-sal, apesar de a primeira disputa sob o modelo, para a área de Libra, ter atraído apenas uma proposta.
"Nós acreditamos que esse modelo garante um equilíbrio justo entre os nossos interesses, ou seja, os interesses do povo brasileiro, os interesses da Petrobras e os interesses das empresas estrangeiras, que também vão investir na exploração dos campos de petróleo", disse Dilma no programa semanal de rádio "Café com a Presidenta".
O leilão de Libra, a maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil, ocorreu na semana passada e teve apenas um consórcio concorrente, liderado pela Petrobras (PETR4), com 40% de participação, e composto pela anglo-holandesa Shell e a francesa Total, com 20% cada uma, e duas estatais chinesas, a CNPC e a CNOOC, cada uma com 10% no consórcio.
Apesar das críticas pela falta de concorrência, Dilma tem descartado qualquer mudança nas regras.
"Libra é a prova de que é perfeitamente possível preservar o interesse do povo brasileiro e atrair o interesse das empresas privadas", afirmou a presidente no programa de rádio.
"Esse consórcio (de Libra), formado por empresas fortes, com tecnologia e recursos, vai permitir que a gente consiga explorar com mais rapidez e eficiência essa fantástica riqueza que está lá no fundo do mar", acrescentou.
Os críticos do modelo de partilha argumentam que a exigência de conteúdo local para compra de máquinas e equipamentos usados na exploração, a participação obrigatória de 30 por cento da Petrobras nos consórcios e os amplos poderes da Pré-Sal Petróleo (PPSA), estatal criada para administrar o pré-sal, são entraves para atração de investidores.