A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, embarca na noite desta segunda-feira (8) para Seul, capital da Coreia do Sul, onde participa, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da reunião do G20, o grupo dos 20 países com a maior economia do mundo. Esta é a primeira viagem internacional de Dilma após a confirmação de sua vitória no segundo turno.
Dilma viaja em um avião comercial acompanhada de assessores e do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A previsão é de que ela chegue ao país asiático por volta do meio-dia de quarta (10).
Depois de ser convocada por Lula para comparecer ao evento e ser apresentada aos chefes de Estado das 20 nações participantes, Dilma recebeu um convite formal do governo sul-coreano para participar da cúpula. Com isso, ela terá acesso irrestrito a todos os eventos relacionados ao G20.
A agenda da presidente será casada com a de Lula, que chega a Seul um dia depois dela, às 11h de quinta-feira (11). Neste dia, Lula e Dilma ficam no hotel e participam à noite de um jantar oferecido pelo presidente sul-coreano, Lee Myung Bak, em que será discutido o tema ?economia global e elaboração de um marco para um crescimento forte?, segundo a agenda do presidente.
Agenda
A cúpula do G20 tem início às 9h de sexta (12) com uma reunião que retomará o tema debatido na noite anterior. Às 10h, será discutido a reforma das instituições financeiras. Em seguida, por volta de 11h, os chefes de Estado dos países membros tiram uma foto oficial. A reunião será retomada às 11h30, para discutir o tema ?desenvolvimento?. Por volta de 12h30, os líderes almoçam e discutem sobre comércio, mudança do clima e economia verde.
Eles retomam a reunião às 14h com uma discussão sobre o tema ?reforma do sistema financeiro?. Em seguida, os governantes tratam de energia, proteção do ambiente marinho e mudança do clima. O último segmento da cúpula será sobre ?combate à corrupção?. Às 15h30, os líderes divulgam um comunicado oficial, que trará as principais resoluções do encontro do G20 em Seul. Em seguida, o presidente sul-coreano concede uma entrevista coletiva.
Lula embarca para o Brasil por volta de 17h, mas antes deve falar com a imprensa, acompanhado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de Dilma Rousseff. De acordo com a Presidência, Lula deve ter ainda uma reunião privada com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, no dia da cúpula.
Nesse encontro, um dos temas que devem ser tratados é a compra de caças franceses pelo Brasil. França, Suécia e Estados Unidos disputam a venda das aeronaves ao governo brasileiro, nu negócio que pode chegar a US$ 5 bilhões.
O governo brasileiro já manifestou preferência pelo modelo francês, mas ainda não fechou as negociações com os três países. Na semana passada, Lula afirmou que, após o G20, fará uma reunião com Dilma e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para definir o assunto.
O presidente também recebeu pedidos de conversas bilaterais dos governos da África do Sul, Austrália, Reino Unido, e Vietnã, mas ainda não confirmou nenhuma dessas reuniões.
Guerra cambial
Um tema que deve dominar as discussões do G20 é a chamada ?guerra cambial?. Diante da crise financeira internacional, que ainda atinge fortemente os Estados Unidos, o governo norte-americano tomou medidas para injetar recursos na economia local, o que provocou a queda do dólar.
Com isso, vários países tomaram medidas unilaterais para conter a desvalorização da moeda, já que ela prejudica as exportações. O Brasil, por exemplo, aumentou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicação estrangeira em renda fixa. O presidente Lula já anunciou que vai ?brigar? no G20 pelo equilíbrio do câmbio.
?O que achamos é que os Estados Unidos e a China estão fazendo uma guerra cambial. Vou para o G20 para brigar. Vamos tomar todas as medidas necessárias para conter a desvalorização do dólar", disse Lula em entrevista coletiva na última quarta (3).