Dilma diz que Temer seria um “bom vice”

Dilma elogiou também o pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PSB-CE) e destacou que é

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A pré-candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) elogiou o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), e disse que ele seria um "bom vice", em entrevista ao programa "Brasil Urgente", da Rede Bandeirantes de Televisão, comandado pelo jornalista José Luiz Datena. Para Dilma, Temer "é experiente" e "uma pessoa muito qualificada", mas a indicação do posto na chapa seria uma decisão do PMDB.

Dilma elogiou também o pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PSB-CE) e destacou que é "legítimo que ele pleiteie ser candidato" ao Palácio do Planalto. "Ele é competente, correto, um brasileiro de alta capacidade de formulação política e leal", disse.

A ex-ministra-chefe da Casa Civil disse que a disputa eleitoral será "concorrida", mas de alto nível, inclusive porque "tem grande respeito" pelo povo e pela carreira pública do seu principal rival político, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra (PSDB).

Dilma mostrou-se sorridente durante a entrevista em alguns momentos e pôs ênfase no sotaque mineiro, em que chegou a dizer algumas expressões populares, como "ocê veja" para Datena. Dilma só mostrou nervosismo quando o entrevistador lhe perguntou o que achava da liberação pela Justiça de presos que cometeram crimes hediondos.

Ela se referiu ao caso do pedreiro Adimar Jesus, acusado de estuprar e matar seis jovens em Luziânia, em Goiás, e que apareceu morto esta semana na cela onde estava preso. "Agora, eu fiquei nervosa", disse Dilma, mostrando-se contrária à liberação do pedreiro. Nesse momento, Datena chamou os comerciais. Na volta do intervalo, a pré-candidata do PT disse que não era favorável à liberação de presos que tenham cometido delitos violentos.

Reeleição

Dilma mostrou-se contrária à tese de Serra de acabar com a reeleição do cargo de presidente da República e defendeu um mandato de cinco anos. A pré-candidata do PT afirmou que era favorável à gestão de quatro anos, com direito à reeleição, como é hoje, pois um mandato só é "muito pouco para consolidar programas sociais e econômicos". Ela frisou que o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alterou a duração do mandato presidencial, o que, com a administração Lula, segundo ela, mostrou-se que a medida que "deu certo".

A ex-ministra também afirmou que as críticas da oposição segundo as quais os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não estão saindo do papel não procedem, pois, em São Paulo, partes de algumas obras de infraestrutura de longo prazo foram concluídas, entre elas o Rodoanel Mário Covas.

Provocada por Datena, que lhe perguntou se Serra utilizou verbas federais para capitalizar politicamente à construção do Rodoanel, Dilma disse que isso não ocorreu, pois aconteceu uma "parceira" entre a gestão Lula e a de Serra.

Sem mágoas

Dilma também destacou que não tem mágoa das pessoas que lhe torturaram por quase um mês em São Paulo, quando foi presa política durante a ditadura militar. Ela manifestou ser contra o revanchismo, pois aquele momento da história do País passou. Mas ressaltou que tais atos violentos não podem ser esquecidos, para que não sejam repetidos.

Num momento um pouco mais descontraído, a ex-ministra disse estar "muito feliz" por ter chegado "à segunda metade da vida" como a candidata que quer prosseguir o legado do presidente Lula. Perguntada logo no começo da entrevista se sua saúde estava boa, ela respondeu de pronto: "Olha Datena, eu estou inteiríssima." Datena disse para a ex-ministra que ela era muito mais bonita pessoalmente e perguntou se estava casada. "Eu atualmente estou solteira", disse, sorrindo.

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