A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (17), antes de receber o primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, que a ?saúde? do governo vai bem apesar da notícia de que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, teve o patrimônio aumentado em 20 vezes entre 2006 e 2010, quando era deputado federal, segundo o jornal "Folha de S.Paulo".
Ao entrar no Salão Nobre do Palácio do Planalto, Dilma foi questionada pelos jornalistas se já estava recuperada da pneumonia no pulmão esquerdo. "Estou na reta final. Não tenho mais a doença. Tenho de recuperar", afirmou.
Em seguida, a imprensa questionou a presidente sobre como estava a "saúde" do governo e de Palocci. "A saúde do ministro Palocci está bem. Ele está inteiro ali, vocês não estão vendo? Todos estamos saudáveis. Todos estamos bem neste país?, respondeu Dilma.
De acordo com reportagem publicada no último domingo (15), Palocci comprou um apartamento de luxo nos Jardins, em São Paulo, por R$ 6,6 milhões, que foi registrado em nome da empresa dele em novembro de 2010. Ainda segundo o jornal, um ano antes, o ministro comprou um escritório na cidade por R$ 882 mil. O imóvel também foi registrado em nome de uma empresa da qual o ministro possui 99,9% do capital.
Nesta segunda (16), um dia após a publicação da reportagem sobre Palocci, membros do governo saíram em defesa do ministro. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que ao governo só interessa o presente, não o passado dos ministros.
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"Faz parte da lei democrática, faz parte da nossa tarefa, nos ater ao presente. Quando a presidente convida o ministro Palocci para ser o seu ministro, o que nos interessa é o comportamento dele nesse período, se ele vai auferir ou não alguns bens de maneira legítima ou não nesse período. O passado de cada um dos ministros não cabe ao governo fazer nenhum tipo de investigação", disse.
O presidente do PT, Rui Falcão, também manifestou apoio ao ministro da Casa Civil.
?Nós temos total confiança em relação ao ministro Palocci, sua lisura, seu comportamento ético. Em segundo lugar, ele já esclareceu em nota oficial que todos os seus bens estão declarados ao fisco. Submeteu tudo isso, bem como as consultorias que prestou, à Comissão de Ética da Presidência da República?, disse.
A Comissão de Ética da Presidência decidiu não investigar o aumento do patrimônio de Palocci. Para o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, não cabe ao órgão consultivo da Presidência "indagar da história das fortunas dos pobres e dos ricos que chegam a ministro de Estado".
Segundo Pertence, antes de tomar posse como ministro, Palocci indagou se haveria conflito de interesse em manter a empresa de consultoria.
O presidente da Comissão de Ética disse ter aconselhado que Palocci se afastasse das decisões administrativas e reduzisse a área de atuação da empresa. Ele explicou que atualmente a empresa do ministro da Casa Civil serve apenas para administrar dois imóveis e que a gestão dela é feita por uma instituição bancária.