O governo vai propor aos sindicalistas incluir em sua proposta para o salário mínimo um mecanismo que permita a antecipação, quando o reajuste não representar ganho real, de valores a ser pagos em anos seguintes.
A estratégia seria usada agora para resolver o impasse com as centrais sindicais.
Sindicalistas fazem protesto por mínimo de R$ 580
Enquanto o governo insiste em R$ 545, as centrais querem R$ 580. Hoje ministros se reúnem mais uma vez com as centrais para negociar.
A votação do tema será o primeiro teste da fidelidade da base aliada. Apesar de insistir em R$ 545, a equipe de Dilma aceita antecipar parte do reajuste que será concedido em 2012, mas só fará essa negociação se o Congresso e os sindicalistas aceitarem a criação do mecanismo que antecipe aumentos reais.
O mecanismo pode ser incluído na medida provisória que será enviada ao Congresso com o valor de R$ 545 e oficializando a regra atual de reajuste como definitiva até 2023, com revisões de quatro em quatro anos.
Pela regra, o mínimo é reajustado pela inflação, acrescido da variação do PIB de dois anos antes.
Lula havia fixado o mínimo em R$ 540, corrigido pela inflação prevista para 2010 naquele momento (5,88%), sem aumento real porque o país não cresceu em 2009.
Só que o índice ficou em 6,46%, o que faz o salário subir para R$ 543. Dilma arredondou para R$ 545. Sua equipe avalia que seria possível ir a R$ 550, com um reajuste real de 1%. Esse percentual seria descontado do aumento previsto para 2012.
Ontem, o PPS apresentou emenda para um mínimo de R$ 600, promessa eleitoral de José Serra. Líder do governo, Cândido Vaccarezza descarta um valor acima de R$ 545.