Para o cientista político Vítor Sandes, um dos principais diferenciais das eleições de 2012 na capital, em comparação com pleitos anteriores, é a quantidade significativa de pré-candidaturas fortes, como a do atual prefeito Elmano Férrer, do deputado estadual Firmino Filho (PSDB), o secretário estadual de Educação e deputado federal Átila Lira (PSB) e do deputado federal Marllos Sampaio (PMDB).
"Acredito que existem muitos pré-candidatos fortes, o que representa um quadro diferente de eleições anteriores. O risco, em um cenário como esse, é que alguns obtenham votação pouco expressiva", afirma Vítor.
Segundo Sandes, considerando a dinâmica das eleições municipais no Brasil, candidatos com histórico político na cidade possuem maior chance de serem eleitos.
"Sendo assim, acredito que o atual prefeito, do PTB, e o candidato do PSDB possuem chances mais significativas de vitória", pondera. Sobre a decisão do Partido dos Trabalhadores, que decidiu pela aliança com o PTB nas eleições municipais deste ano em Teresina, Vítor Sandes não acredita que isso seja um reflexo do distanciamento do partido do PSB - que foi o principal aliado da sigla em 2010 e que hoje faz oposição ao PTB na capital.
"As dinâmicas políticas municipais são muito particulares. Acordos traçados nas eleições para o Governo do Estado nem sempre se replicam posteriormente nas eleições municipais.
Com essa decisão, o PT procura ganhar mais espaço na capital, já que o custo político do lançamento de uma candidatura individual seria muito alto diante da presença de outras pré-candidaturas fortes. Ao apoiar o PTB, as lideranças petistas acreditam que o atual prefeito possui melhor chance de obter a vitória eleitoral do que o PSB", destacou.
"Ainda é cedo para pensar em uma candidatura para 2014", alerta Sandes
O cientista político Vítor Sandes observa o fato do PT não ter candidatura própria em Teresina não apenas como a decisão estratégica, visando uma possível volta do senador e ex-governador petista Wellington Dias ao Governo estadual em 2014.
"Acredito que essa é uma estratégia para obter mais espaço no cenário político da capital, que sempre foi um ponto frágil do PT. Contudo, a decisão sobre o lançamento de uma candidatura em 2014 depende das alianças a serem traçadas no futuro.
Ainda é cedo para pensar em uma candidatura específica para 2014". Vítor Sandes lembra a disputa entre as teses divergentes dentro do PT, incluindo acusações de oligarquia. Para ele, no entanto, o acirramento do período pré-eleitoral não deve deixar sequelas.
"Acredito que não deixará sequelas. O PT sempre teve correntes internas com diferenciações claras. A questão é que desde que o PT passou a ocupar mais fortemente os postos governamentais os conflitos internos têm tido maior repercussão.
Debates mais acirrados dentro dos partidos políticos são comuns em regimes democráticos, principalmente quando as decisões dentro dos partidos não estão concentradas em um grupo pequeno de pessoas", conclui. (S.B.)