Wellington Dias confirma reunião com a União para plano de vacinação

O governador do Piauí articulou uma reunião com os governadores, secretários e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello para a próxima terça-feira, 21 de outubro

Governador destaca universalização do ensino superior | Reprodução
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O governador Wellington Dias (PT) concedeu entrevista na noite desta quinta-feira, 15 de outubro, ao jornalista Juca Kfouri na TVT, na ocasião, o líder estadual detalhou o projeto de levar o Piauí para o patamar de muito alto desenvolvimento até 2022, revelando que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Piauí saiu de 0,4 (a nível de Serra Leoa) em 2003 para 0,7 nos dias atuais, o que já coloca no patamar do Egito. Nisto, ele fez ainda um retrospecto do plano de desenvolvimento da infraestrutura, com a interligação de todos os municípios por rodovias, projeto que será complementado em breve, com a obra em Morro Cabeça do Tempo, consolidando ainda que proporcionalmente o Piauí é o Estado do Brasil com mais municípios com ensino superior, pretendendo universalizar o acesso até o ano que vem, uma perspectiva ousada, mas possível. 

No que se refere a crise do novo coronavírus, o governador adiantou que na próxima terça-feira, 21 de outubro, os governadores terão uma agenda com o ministro Eduardo Pazuello para tratar sobre um plano para a vacinação, como a aquisição, possível produção nacional, tal como a distribuição. "Estamos acertando para a próxima terça-feira às 15 horas uma agenda com os governadores do Brasil, eu que pedi, e também vai receber os secretários de saúde, porque o Brasil vai comprar as vacinas? Vai. Vai comprar de quem? Porque a gente tem aí, e as seringas, a distribuição, vai ter produção no Brasil, quais laboratórios? Ele me disse que está prevista a compra de 100  milhões de unidades de Oxford no Reino Unido, a coronavac chinesa mais 40 milhões e que está em entendimento com o Governo de São Paulo com o Istituto Butantan para a compra do que faltasse, mas imagina a aplicação como vai acontecer? A ordem, se vai ter agendamento, enfim, de maneira que não tenha aglomeração, tumulto, qual o plano para a retomada de atividades que não voltaram, é um prejuízo muito grande", disse.

Sobre sua trajetória política, Dias detalhou o aprendizado com as derrotas e vitórias. "Eu também já aprendi, a gente aprende mais quando perde e aumenta a responsabilidade quando ganha, no meu caso tem algo realmente de maior responsabilidade, eu sou o único brasileiro que foi eleito governador no primeiro turno, ou seja, a população do Piauí sou muito grato da forma carinhosa que me recebeu a população do Piauí, agradeço a Deus. Ainda muito jovem eu era muito curioso, e ficava indo na casa de um amigo, na casa de outro, e assim fui conhecendo o Piauí, depois como sindicalista fui da Associação do Pessoal da Caixa, dos Bancários, fui da organização da Central Única, o fato é que compreendi que aquilo que diziam do Piauí, o patinho feio do Brasil, o lugar que não tem jeito, mais pobre do Brasil, ele não combinava com o potencial que o Estado tinha e a justificativa que as pessoas que dominavam, lideravam o Estado na época tinham, 'ah, o problema é a seca!', como se fosse um problema de Deus, e aí logo a frente passei a defender a tese que o Piauí tinha sim condições de ser um lugar desenvolvido, quando eu assumi a primeira vez ali em 2003 eu fiz um estudo e naquele tempo o Piauí era comparado com a Serra Leoa, esse país ainda hoje muito pobre, tinha um índice de desenvolvimento humano 0,4, e ali o Piauí tinha também um IDH 0,4 significa muito baixo o desenvolvimento do ponto de vista do ser humano, baixa escolaridade, tinha baixa renda, baixa qualidade de vida, essa era a realidade", disse. 

Vacina da Covid

"É claro que eu não perco a confiança, mas confesso que tenho momentos em que eu converso com os diversos líderes e eu digo será que tá todo mundo anestesiado, estamos olhando para o abismo na frente e seguimos a mesma trilha, o diálogo é um dos problemas. Agora se você observar, durante a própria pandemia o Congresso que passou a sediar esse diálogo e aqui a gente tem que encontrar um caminho, Congresso, Confederação, prefeitos, entidades, precisa encontrar um caminho porque querendo ou não a vida continua e no Brasil continua com muito risco, há um fato que tem uma estratégia de colocar factóides. 

Quem vai tratar da pauta do brasileiro, estamos comemorando uma estabilização de quase 600/700 óbitos por dia, isso é altíssimo, a questão da vacina que eu falei se você imaginar hoje conversei com o ministro Pazuello me atendeu bem que estamos acertando para a próxima terça-feira às 15 horas uma agenda com os governadores do Brasil, eu que pedi, e também vai receber os secretários de saúde, porque o Brasil vai comprar as vacinas? Vai. Vai comprar de quem? Porque a gente tem aí, e as seringas, a distribuição, vai ter produção no Brasil, quais laboratórios? Ele me disse que está prevista a compra de 100  milhões de unidades de Oxford no Reino Unido, a coronavac chinesa mais 40 milhões e que está em entendimento com o Governo de São Paulo com o Istituto Butantan para a compra do que faltasse, mas imagina a aplicação como vai acontecer? A ordem, se vai ter agendamento, enfim, de maneira que não tenha aglomeração, tumulto, qual o plano para a retomada de atividades que não voltaram, é um prejuízo muito grande", disse.

Projeto de desenvolvimento

"Aí fizemos um plano com horizonte de 20 anos, eu dizia que independente de quem seja governador até 2022, ali era 2003, é possível chegar em 2022 com alto desenvolvimento, e de lá para cá e eu nao posso negar essa integração do nosso mandato com o presidente que também tinha um plano semelhantepara o país, o presidente Lula, tinha um olhar para todo o Brasil sobre educação, saúde, emprego, saímos de 400 mil pessoas com ensino médio para 1,2/1,3 milhão; saímos de 66 municípios com rodovias asfaltadas, hoje eu autorizei aqui perante o prefeito Batista, que é o prefeito de Morro Cabeça do Tempo, será o último município a ser integrado por asfalto, Guaribas está para inaugurar no final do ano e outros municípios com obras a serem inauguradas, para se ter uma ideia, saímos de 1500 km e rodovias asfaltadas para 6,3 mil km de rodovias asfaltadas. O desenvolvimento humano que era 0,4 igual o de Serra Leoa, agora é de 0,7 igual ao do Egito por exemplo; já estamos inclusive ultrapassando o Egito para se ter uma ideia, ou seja, um dos primeiros países a serem desenvolvidos no planeta lá atrás, era o mais desenvolvido, é claro que hoje tem mais, e Serra Leoa tem 0,5, é claro que eu quero que o povo de Serra Leoa chegue a 0,7/0,8, nós passamos de muito baixo desenvolvimento nessa classificação da ONU para alto desenvolvimento", afirmou. 

VEJA A ENTREVISTA COMPLETA

Educação

"Então isso é uma longa história, um longo trabalho que a gente planejou o que tínhamos que fazer para melhorar a educação, desde a alfabetização de adultos, todos os municípios terem creche, ensino fundamental, médio, o Piauí é o Estado brasileiro que mais tem municípios com educação superior, em 162 municípios é possível estudar ali naquele município, eu citei ali Guaribas, essa cidade do Fome Zero, fui lá visitar e fui convidado pela primeira turma do bacharelado de administração na cidade de Guaribas, então são 162 municípios, estou abrindo agora o vestibular, e a ideia é chegar em 2021 com todos os municípios com vestibular, e ensino superior", afirmou.  

Reprodução

Desafios na crise do coronavírus 

"Não só no Piauí, no Nordeste, mas no Brasil inteiro uma situação, só para lhe adiantar uma coisa, estamos querendo evitar agora com a vacina, a ausência de um plano estratégico nacional coloca o Brasil numa situação que basta comparar qual o tamanho da população do Brasil em comparação ao mundo, 3% da população e já se aproxima de 15% dos óbitos por coronavírus, isso mostra que alguma coisa aconteceu de errado, e ela é muito grave, você fica olhando e perde a sensibilidade, parece que são só números, saiu de 145 mil para 148 mil óbitos, é como se a gente fosse perdendo a sensibilidade, de repente 150 mil pessoas, fico imaginando 150 mil caixões enfileirados, isso mexe muito comigo, digo de verdade que temos duas coisas, uma: vivemos uma situação de graves prejuízos à vida, ao ser humano, aqui no Nordeste logo de início percebemos isso e criamos um Comitê Científico e a partir daí seguindo para trabalhar e evitar um estrago maior, é preciso que se diga, saíram do Nordeste coisas importantes, como o Busca Ativa que é um programa extraordinário, a telemedicina através do Monitora Covid, somos graves ao Doutor Nicolelis, cerca de 3,6 mil cientistas, e ele vai continuar esse Comitê, não vai ser só para a Covid, vai servir como uma base científica para outros estudos no Nordeste, agora paralelo a isso o presidente encaminhou uma proposta ao Congresso Nacional de R$ 200 para o auxílio emergencial, ali o Congresso aprovou R$ 600 e aqui começo a chamar atenção, são 50 milhões de pessoas que recebem esse valor e que isso ajudou que pudéssemos conter uma convulsão social, agora ainda não terminou a pandemia, não tem emprego, pelo contrário, e aí foi cortado 50% e em janeiro 80% dessas pessoas vão ficar sem renda e eu lhe garanto, vamos ter uma situação muito grave, passaram a ter renda e agora nem renda nem perspectiva de emprego, se tivesse o desemprego na proporção que fosse esperada o Brasil teria que pagar o seguro desemprego, mas o que se fez ali? Se vai pagar o desemprego, porque não se usa esse dinheiro e evita o desemprego, com base nisso se segurou bastante, isso também acabou e eu acho que tem uma tendência grande de desemprego, ali uma outra coluna que foi garantir que Estados e municípios sabendo que teria uma queda nas receitas, o Governo passou a dar uma complementação para que os serviços pudessem funcionar, isso também acabou agora, então ao mesmo tempo ainda na pandemia, vamos viver um momento novo que começa agora em outubro e eu tenho chamado a atenção no Fórum dos Governadores, tenho dialogado com os presidentes da Câmara, do Senado, com os líderes, com representação dos trabalhadores, porque eu olho para frente e se não tiver uma saída, era previsto que tivesse um plano de retomada da economia, onde esse apoio financeiro pudesse ser substituído pelo emprego. Há a necessidade de ter uma alternativa segura e não tem jeito, é o Poder Público que tem que dar o primeiro passo", sinalizou. 

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